FMI alerta sobre impactos econômicos de desastres ambientais

junho 1, 2020

O Fundo Monetário Internacional – FMI divulgou recente estudo sobre os impactos econômicos decorrentes de desastres ambientais e propostas para enfrentar mudanças climáticas.

A equipe técnica do FMI analisou os efeitos de cerca de 350 desastres climáticos durante 46 anos (1973 a 2018) para as economias de 68 países. Essa amostra é bastante significativa e representa 95% do PIB mundial.

O FMI concluiu que o impacto médio foi moderado, sendo constatada queda de 2% nas ações negociadas pelos bancos e 1% para todo o mercado. Em 10% dos casos, o impacto no mercado agregado foi superior a 14%, indicando que alguns desastres climáticos podem comprometer a estabilidade financeira.

No gráfico abaixo são mostrados os retornos financeiros dos mercados em situação anormal e o número de dias do desastre. Conforme o gráfico, a queda da média dos preços dos ativos (average) oscilou próximo de 2%, enquanto para os casos extremos (extreme cases), percentil 10%, houve redução entre 1% e 14%.

Gráfico Retornos Anormais para Desastres Ambientais - FMI

Gráfico Retornos Anormais para Desastres Ambientais – FMI

Danos significativos às economias mais vulneráveis

As características de cada país são importantes para dissipar os impactos econômicos dos desastres ambientais. Países com maior autonomia fiscal podem implantar resposta rápida a desastres sob a forma de ajuda financeira e programas de reconstrução.

Além disso, as economias mais desenvolvidas desenvolveram instrumentos como os seguros para compartilhamento de riscos. Os seguros reduzem ou redistribuem as perdas decorrentes de desastres e limitam o impacto nos preços das ações.

Por exemplo, em 2005, o furacão Katrina causou os danos mais significativos em termos absolutos para a amostra analisada, equivalente a 1% do PIB dos Estados Unidos. Contudo, esse evento não gerou impacto perceptível no índice de ações das bolsas nos EUA.

Comparativamente, as inundações de 2011 na Tailândia causaram os danos mais significativos proporcionalmente ao porte da economia. Houve queda de 30% no mercado de ações tailandês no período de 40 dias.

Riscos futuros

Mudanças climáticas aumentam a probabilidade e a gravidade de riscos relacionados ao clima, como inundações, ondas de calor e secas. Esses eventos afetarão o mercado financeiro com choques de maior intensidade e duração.

A avaliação dos impactos de desastres ambientais é um desafio difícil para os investidores. É necessário avaliar, baseado na ciência do clima, a probabilidade de diferentes cenários climáticos e suas implicações aos riscos para as empresas, bem como antecipar medidas de mitigação e adaptação.

Além disso, o horizonte temporal dessas mudanças pode ser ainda maior do que o que os investidores institucionais de longo prazo estão acostumados a lidar.

O FMI verificou que em 2019 não houve correlação entre o aquecimento global e as oscilações dos mercados financeiros para diferentes países. Não foram comprovadas variações projetadas relacionadas à incidência de riscos dos desastres ambientais.

Entretanto, o FMI alerta que essa aparente falta de resposta dos mercados analisados poderá ser importante fonte de risco futuro.

Aprender com a pandemia do coronavírus

A atual pandemia Covid-19 demonstrou que a preparação e a resiliência a crises são críticas para gerenciar os riscos financeiros. Eventos altamente incertos ou improváveis podem ter custos humanos e econômicos extremos.

A expansão da oferta de seguros e o fortalecimento financeiro de fundos soberanos podem diminuir o impacto de desastres climáticos e, assim, reduzir os riscos à estabilidade financeira.

O FMI recomenda o desenvolvimento de padrões globais obrigatórios de divulgação de riscos decorrentes das mudanças climáticas. É essencial ter informações detalhadas e específicas da empresa sobre exposição a riscos atuais e futuros aos choques climáticos. Essas informações auxiliariam credores, seguradoras e investidores a entenderem melhor essas vulnerabilidades.

Os testes de estresse contra as mudanças climáticas podem oferecer às instituições financeiras melhor compreensão da magnitude de suas exposições e dos riscos associados. Na última década, uma em cada cinco avaliações de programas de auxílio aos países realizadas por técnicos do FMI considerou os riscos relacionados aos desastres climáticos.

Certamente, o remédio mais eficaz é a adoção global de políticas e medidas para reduzir as emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global de maneira sustentável. Essas ações geram benefícios que vão além do escopo da estabilidade financeira.

O estudo completo do FMI foi apresentado no documento “Global Financial Stability Report: Markets in the Time of COVID-19”. O relatório poderá ser baixado livremente no site da entidade – clique aqui para acessar.


Fonte: Fundo Monetário Internacional, publicado em 29 mai 2020.

Folding at Home: computadores pessoais auxiliam pesquisadores do coronavírus

abril 11, 2020

Você tem computador e quer ajudar nas pesquisas científicas sobre o coronavírus?

Então, poderá participar do programa Folding at Home (“Dobrável em Casa”, em livre tradução do inglês).

Mesmo se você estiver em quarentena voluntária, em regime de teletrabalho ou vida normal, dentro do possível, só precisa dispor de um computador em casa ou no trabalho. E, ainda que esteja utilizando seu equipamento de informática, também poderá participar dessa iniciativa.

A iniciativa colaborativa é simples, implica em doar o poder de processamento do seu computador pessoal para ajudar pesquisadores do Covid-19 e outras doenças.

Simulações Folding@Home

O programa Folding at Home recebe ajuda colaborativa através de compartilhamento voluntário de computadores pessoais para processamento de simulações do Covid-19 e outras doenças.

Na prática, o programa de computação distribuída permite que os computadores pessoais, dos mais fracos aos mais potentes, possam contribuir para a resolução mais rápida de problemas matemáticos de investigações científicas sobre doenças.

A computação distribuída possibilita realizar simulações de ligação entre proteínas. O programa foi lançado em 1º de outubro de 2000, sendo atualmente gerido pelo departamento de Química da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, sob a supervisão do professor de bioengenharia Vijay S. Pande.

Atualmente, o programa Folding@Home reúne o consórcio de 11 universidades em vários países que usam os dados para estudar a estrutura molecular de doenças como câncer, Alzheimer, influenza e Convid-19.

A pesquisa sobre o COVID-19 começou no início de março de 2020 e o esforço colaborativo do processamento das simulações é realizado por centenas de milhares de computadores.

O vídeo abaixo apresenta parte da simulação (executada no Folding@Home) de uma proteína onde os átomos, representados por esferas, se afastam, expondo a região na qual o medicamento avaliado pode se ligar. A abertura completa ocorre no tempo 0:23 ou 23 segundos.

Instalando o programa Folding@Home no seu computador

Acesse o site do programa Folding@Home e selecione o programa compatível com a versão do sistema operacional no seu computador (Windows 32 e 64 bits, MacOS versão 10.6 ou superior, Linux 32 e 64 bits) – clique aqui.

Basta fazer download da versão adequada do programa e instalar em seu computador. A instalação e o acesso ao programa são seguros, sendo resguardada a privacidade de dados do usuário.

Após a instalação, o usuário colaborador deverá criar uma conta simples com sua identidade ou anônimo.

Folding@Home - Identificação

Folding@Home – Identificação

No painel de controle, poderá visualizar a opção “Any disease”  (“Qualquer Doença”, em livre tradução) na lista de apoio à pesquisa – opção na lista “I support research fighting” (“Eu apoio a pesquisa com recursos computacionais”, em livre tradução).

Finalizada a instalação, o computador passará a colaborar diretamente com pesquisas sobre o novo coronavírus. O usuário poderá ajustar o poder de processamento para o programa através da escala Power no painel de controle, posicionando o marcador entre as opções Light, Medium ou Full (Leve, Médio ou Pleno).

É possível interromper temporariamente o processamento clicando no botão Stop Folding (“Suspender o Processamento”).

Folding@Home - Painel de Controle

Folding@Home – Painel de Controle

Periodicamente, o programa Folding@Home enviará os dados produzidos na máquina do usuário colaborador para o servidor central.

Resultados das pesquisas Folding at Home

A contribuição da comunidade de usuários já permitiu identificar a estrutura da proteína que constitui ponto de ligação do novo coronavírus às células humanas.

Assista a entrevista com Anton Thynnel, diretor de comunicações do programa Folding at Home, na qual ele descreve o modelo colaborativo e tira dúvidas.

O GEDAF Finanças e Empreendedores apoia a iniciativa do Folding at Home e convida a todos os assinantes e usuários a instalarem o programa nos seus computadores pessoais.


Fonte: Folding at Home, acesso em 11.04.2020.

 

Cadastro no Auxílio Emergencial para trabalhadores informais

abril 7, 2020

O Auxílio Emergencial é o benefício financeiro destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados. Seu objetivo é fornecer proteção e subsistência no período de enfrentamento à crise causada pela pandemia do coronavírus.

A lei nº 13.982, publicada em 02 de abril de 2020, estabeleceu o pagamento da renda básica emergencial no valor R$ 600 a trabalhadores informais, autônomos e sem renda fixa, durante a crise provocada pela pandemia do coronavírus. A lei foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro após aprovação no Congresso Nacional.

O pagamento do benefício será feito durante três meses (três parcelas), cuja operacionalização ficará sob responsabilidade dos bancos públicos federais Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil (BB), Banco da Amazônia (Basa) e Banco do Nordeste (BNB), além de casas lotéricas.

O recebimento do auxílio emergencial está limitado a dois membros da mesma família. O auxílio poderá ser dobrado, R$ 1,2 mil, nos casos de pessoas na condição de mães solteiras.

O pagamento será autorizado após o cruzamento de dados para definir quem tem direito ao benefício.

Requisitos para receber o auxílio emergencial

Para ter acesso ao auxílio emergencial, a pessoa deve cumprir, ao mesmo tempo, os seguintes requisitos:

1) Maior de Idade: ser maior de 18 anos de idade;

2) Não ter emprego formal: destinado exclusivamente para trabalhadores autônomos com rendas informais;

3) Não ser beneficiário: não receber benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou de outro programa de transferência de renda federal que não seja o Bolsa Família;

4) Renda familiar: renda familiar mensal per capita (por pessoa) de até meio salário mínimo (R$ 522,50) ou renda familiar mensal total (tudo o que a família recebe) de até três salários mínimos (R$ 3.135,00);

5) Rendimentos tributáveis: não ter recebido rendimentos tributáveis, no ano de 2018, acima de R$ 28.559,70;

6) Atividades permitidas: microempreendedor individual (MEI) ou ser contribuinte individual ou facultativo do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) ou ser trabalhador informal inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico);

7) Renda média: ter cumprido o requisito de renda média até 20 de março de 2020.

Importante:

Quem recebe Bolsa Família poderá receber o auxílio emergencial, desde que seja mais vantajoso. Neste período o Bolsa Família ficará suspenso.

Quem estava no Cadastro Único até o dia 20/03/2020, e se atender as regras do programa, receberá o auxílio sem precisar se cadastrar no site da Caixa Econômica Federal.

As pessoas que não estavam no Cadastro Único até 20/03/2020, mas que têm direito ao auxílio poderão se cadastrar no site da Caixa.

Funcionários públicos, concursados ou temporários, não terão direito ao benefício, pois não se enquadram em nenhuma das categorias permitidas.

Cadastramento dos beneficiários

A inscrição poderá ser realizada no site da Caixa Econômica Federal auxilio.caixa.gov.br ou pelo aplicativo CAIXA|Auxílio Emergencial.

Os usuários de celular de qualquer marca, exceto iPhone, devem baixar o aplicativo “Caixa|Auxílio Emergencial” na Play Store. Os usuários de iPhone devem baixar o aplicativo na App Store.

Antes de baixar o aplicativo, conferir se é realmente da Caixa Econômica Federal, ver indicação na imagem abaixo. Existem outros aplicativos não oficiais com nomes semelhantes.

Se você estiver lendo esta notícia em celular, baixa a versão do aplicativo na Play Store.

APP Caixa - Auxílio Emergencial

APP “Caixa | Auxílio Emergencial” (disponível na Play Store)

Depois de fazer o cadastro, o acompanhamento sobre a liberação do auxílio emergencial poderá ser consultado no próprio site ou aplicativo.


Fonte: EBC Brasil / Caixa Econômica Federal, acesso em 07.04.2020

Entidades do varejo propõem medidas para destravar o crédito

abril 6, 2020

As principais entidades do varejo brasileiro encaminharam em 30 de março de 2020 cartas ao Banco Central (BC) e ao Ministério da Economia (ME) reivindicando medidas para destravar o crédito ao setor e aumentar a liquidez na economia nacional.

No documento remetido ao Ministério da Economia, as entidades listam 9 medidas para mitigar os impactos econômicos na cadeia produtiva. Na carta enviada ao Banco Central, são propostas 5 medidas para assegurar a sobrevivência dos pequenos e médios varejistas.

Os setores de comércio e serviços representam mais de 5 milhões de negócios no país, sendo responsáveis por cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e 26 milhões de empregos diretos com carteira assinada. Esses setores demandam maior atenção nesta crise em função do grande impacto em suas atividades, afetando a sustentação econômica e social em todos municípios do país.

Reivindicações ao Ministério da Economia

As entidades do varejo solicitaram a suspensão de recolhimento do PIS e COFINS por período de 180 dias, o qual seria pago no exercício de 2021, dividido em 12 parcelas, sem multa ou juros. As empresas teriam direito à dedutibilidade fiscal integral de qualquer provisão para perda de receita ou inadimplência nos próximos 2 anos, para fins de cálculo de PIS/ COFINS/ IRPJ, tanto no lucro real quanto no lucro presumido.

Pediram a isenção ou diferimento de todos os impostos incidentes sobre a folha salarial, com suspensão de recolhimento de FGTS, INSS e contribuições ao Sistema S. Concomitantemente, também haveria isenção da parcela do empregado no período.

É necessária a suspensão de prazos processuais administrativos, fiscalizatórios e tributários, e obrigações acessórias, durante pelo menos 120 dias.

Deverá ser permitida a compensação de créditos tributos federais com débitos previdenciários em aberto e autorizado o refinanciamento de impostos federais.

As entidades recomendaram a atuação do BNDES e da Caixa Econômica na estruturação financeira de suporte ao crédito para as empresas e trabalhadores.

Apoiaram a aprovação do PL 1009/2020, do deputado Efraim Filho, relativo à interrupção do contrato de trabalho, com a compensação financeira ao emprego, pelo período de até 3 (três) meses, com antecipação das parcelas de seguro desemprego em valor igual ou superior a 1 (um) salário mínimo vigente. O seguro desemprego pagaria o salário dos contratos de trabalho suspensos.

Por último, as entidades cobraram maior atuação do Banco Central para evitar a elevação desmedida das taxas de juros e solicitações desproporcionais de garantias que inviabilizam o acesso às linhas de crédito existentes no mercado.

Reivindicações ao Banco Central

As entidades do varejo propuseram a utilização da estrutura das operadoras de cartão de crédito para viabilizar a concessão de crédito aos pequenos e médios empresários com taxas menores do que as praticadas tradicionalmente. Essa proposta objetiva garantir crédito ao empreendedor sem a dependência de aprovação pelos bancos.

Nessa linha alternativa, recomendaram o Tesouro ou o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) arcarem integralmente com os riscos das operações de crédito como forma de acelerar e desburocratizar o acesso ao crédito.

Outra proposta é a antecipação do recebível para o lojista, flexibilizando o prazo de repasse do dinheiro e garantindo o fôlego ao negócio. As entidades do setor de franquias pediram a criação de linhas de crédito a serem utilizadas para capital de giro, com pagamento em 60 meses e carência de 24 meses para o início do pagamento, além de juros reduzidos. Após este período, seria necessário prover outras linhas de crédito como forma de viabilizar o investimento nos negócios e a retomada da atividade pós-crise.

É necessário aumentar a liquidez no sistema financeiro nacional e reduzir as taxas de juros. As entidades denunciam o aumento das taxas de juros com médias superiores a 50% em alguns casos e acima de 70% em operações habituais do varejo, como capital de giro, conta garantida, antecipação de recebíveis, risco sacado, empréstimos 4131, entre outras operações. Nesse momento de crise, as medidas adotadas pelo BC devem ser apoiadas e implementadas pelas instituições financeiras.

Finalizando, as entidades solicitaram a liberação dos recursos do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas mantidos junto ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para utilização como capital de giro pelas empresas.

Cartas das Entidades do Varejo

As cartas com propostas foram encaminhadas pelas seguintes entidades: Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), a Associação Brasileira de Franchising (ABF), a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e a Confederação das Associações Comercial e Empresariais do Brasil (CACB).

Para conferir o conteúdo completo das cartas das entidades do varejo, clique nos links abaixo:

Carta ao Ministério da Economia

Carta ao Banco Central


Fonte:  Associação Brasileira de Shopping Centers, acesso em 03/04/2020.

Banco Central divulga medidas para liberar R$ 1,217 trilhão no sistema financeiro

abril 6, 2020

O Banco Central (BC) está implementando diversas medidas em resposta ao impacto econômico do coronavírus.

As medidas visam a aumentar a liquidez do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e a oferta de crédito por parte dos bancos brasileiros devido à necessidade de refinanciamento de dívidas para empresas e pessoas afetadas pela crise.

Ao todo, as medidas anunciadas têm o potencial de ampliar a liquidez do sistema financeiro em R$ 1,217 trilhão, valor equivalente a 16,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

Conheça as 14 medidas mais recentes divulgadas pelo Banco Central*, informações atualizadas até 06 de abril de 2020.

Banco Central do Brasil - Efeito das Medidas para Aumentar Liquidez

Banco Central do Brasil – Efeito das Medidas para Aumentar Liquidez

01 – Redução adicional do compulsório

O BC reduziu a obrigatoriedade de os bancos manterem provisionados R$ 68 bilhões em depósitos compulsórios sobre recursos a prazo. A alíquota caiu de 25% para 17%. A redução é temporária e disponibiliza mais liquidez para a economia, pois os bancos podem usar recursos que antes deixavam depositados no BC.

Essa medida se soma ao montante de R$50 bilhões já liberados a partir de 16 de março, decorrentes da redução anterior de 31% para 25%. Circular 3.993.

02 – Aperfeiçoamento nas regras do Liquidity Coverage Ratio

A medida reduziu com segurança os requerimentos de liquidez para as instituições brasileiras. A redução de aproximadamente R$86 bilhões na necessidade de as instituições financeiras carregarem outros ativos líquidos de alta qualidade permitirá ampliar a capacidade de conceder crédito.

03 – Dispensa de provisionamento para renegociação de operações de crédito

Tem por objetivo facilitar a renegociação dos prazos de operações de crédito de empresas e de famílias que possuem boa capacidade financeira e mantêm operações de crédito regulares e adimplentes em curso, permitindo ajustar seus fluxos de caixa. A medida dispensa as instituições financeiras de aumentarem o provisionamento para operações de crédito com essas características que forem reestruturadas até 30 de setembro de 2020.

O Banco Central estima que aproximadamente R$3,2 trilhões em créditos sejam qualificáveis a se beneficiar dessa medida. Resolução 4.782.

04 – Redução do Adicional de Conservação de Capital Principal (ACCP)

A alíquota do ACCP dos bancos caiu de 2,5% para 1,25% no prazo de um ano, com reversão gradual até março de 2022. Essa medida também melhora as condições para realização de eventuais renegociações, ajudando as instituições financeiras a manter, ou mesmo ampliar, o fluxo de concessão de crédito.

A redução da alíquota amplia a folga de capital do SFN em R$56 bilhões, o que permite uma expansão de cerca de R$640 bilhões na concessão de crédito. Resolução 4.783.

05 – Repos de títulos soberanos em dólar

O BC passou a fazer operações de oferta de liquidez em dólares por meio da compra com compromisso de revenda (repos) de títulos soberanos do Brasil em dólar (global bonds) de posse de instituições financeiras nacionais. Os títulos serão comprados pelo BC com desconto de 10% em relação aos preços de mercado.

A medida visa a garantir o bom funcionamento dos mercados e entrou em vigor em 18 de março, tendo potencial para liberar R$50 bilhões.

06 – Novo Depósito a Prazo com Garantias Especiais (NDPGE)

O NDPGE permite a captação de recursos acessível a todas as instituições financeiras associadas ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC), contribuindo para a continuidade da oferta de crédito para o setor real. A cobertura do FGC está limitada a R$20 milhões de reais por titular. Essa garantia não envolve recursos públicos, pois o FGC é entidade 100% privada.

O potencial de ampliação de liquidez dessa medida, especialmente para bancos pequenos e médios, é de R$200 bilhões. Resolução 4.785.

07 – Flexibilização nas Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs)

A base de cálculo foi ajustada para permitir que mais instituições possam captar recursos com as LCAs, aumentando sua liquidez. Assim, foram flexibilizadas as regras para aplicação dos recursos provenientes da captação nas atividades do agronegócio. O potencial de aumento do crédito para o agronegócio é de R$6,3 bilhões. Resolução 4.787.

08 – Empréstimo com lastro em debêntures

O BC poderá realizar empréstimos para as instituições financeiras com lastro em debêntures (títulos privados). Essas operações têm também a garantia dos recursos que as instituições financeiras mantêm compulsoriamente em suas contas de reservas no próprio BC, eliminando o risco para a autoridade monetária.

Trata-se de Linha Temporária Especial de Liquidez para garantir o funcionamento normal do mercado de crédito corporativo privado durante a crise. O potencial de liberação no mercado é de R$91 bilhões. Resolução 4.786.

09 – Maior possibilidade de os bancos recomprarem suas próprias letras financeiras

Os maiores bancos poderão recomprar volume maior de suas próprias letras financeiras. Com isso, os detentores desses papéis (em sua maioria, fundos de investimento) terão maior facilidade para resgatar os recursos aplicados, caso necessário. O percentual de recompra permitido passou de 5% para 20%, com potencial adicional de recompra de R$30 bilhões. Resolução 4.788.

10 – Overhedge de investimentos em participações no exterior

Os bancos estão desobrigados a deduzir do seu capital os efeitos tributários das operações de hedge de moeda estrangeira para sua participação em investimentos no exterior, mecanismo usado para se protegerem das variações cambiais. A medida dará segurança para as instituições financeiras implementarem, ou mesmo para ampliarem, seus planos de concessão de crédito.

O BC estima que a medida ampliará a folga de capital em R$46 bilhões. Essa expansão de capital permitirá os bancos concederem mais R$520 bilhões em crédito. Resolução 4.784.

11 – Tratamento tributário do Overhedge

A medida eliminará a assimetria de tratamento tributário entre os resultados da variação cambial do investimento de bancos no exterior e o resultado do hedge para a proteção cambial desse investimento. Essa assimetria pode levar os bancos a fazerem proteção excedente para esse valor, o chamado overhedge.

Em momentos de maior volatilidade, como o atual, as variações cambiais fazem o overhedge comprometer parte da liquidez dos bancos e ampliam a própria volatilidade do mercado, com efeitos negativos para sua funcionalidade. A medida provisória em elaboração visa a eliminar tal efeito negativo no mercado cambial e nos bancos.

12 – Injeção de recursos de prazos mais longos pelo BC via operações compromissadas

Em momentos de crise, as instituições podem ter dificuldades de acessar recursos líquidos por prazos mais longos. Para prover liquidez ao SFN, o BC passou a ofertar operações compromissadas mais longas na ponta provedora de recursos, por meio de suas operações de mercado aberto lastreadas em Títulos Públicos Federais.

Assim, as instituições podem obter recursos líquidos por prazos mais longos quando aumentar a demanda por liquidez de curtíssimo prazo por parte dos agentes de mercado. A medida também facilita a gestão da liquidez em seus balanços devido à redução do custo de manter carteiras de mais longa duração (custo de duration).

13 – Redução do spread do nivelamento de liquidez

O spread do nivelamento de liquidez é o custo que as instituições financeiras pagam ao final do dia ao BC para equacionar déficits momentâneos de liquidez, principalmente aqueles decorrentes de problemas operacionais. Dessa forma, haverá mitigação do impacto operacional para as instituições financeiras causado pelas dificuldades do trabalho remoto de grande parte dos seus funcionários.

14 – Autorização para fintechs emitirem cartões de crédito e se financiarem no BNDES

As Sociedades de Crédito Direto (SCD) e as Sociedades de Empréstimo entre Pessoas (SEP) são fintechs que usam plataformas eletrônicas para levar serviços financeiros e crédito até mesmo para clientes com menor acesso a serviços financeiros, incluindo micro e pequenos empresários.

A emissão de cartões de crédito e a possibilidade de financiarem suas operações com recursos de repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aumentam a importância dessas fintechs na realização de políticas públicas. Resolução 4.792.

(*) Hotsite do Banco Central

A partir de abril de 2020, o BC implementou hotsite (“site quente”) para esclarecer agentes financeiros e a sociedade brasileira sobre as ações da autarquia para o país funcionar da melhor maneira possível durante a pandemia – clique aqui para acessar.

O hotsite “Medidas de Combate aos efeitos da Covid-19” concentra no mesmo espaço as diversas ações anunciadas pelo BC para mitigar os efeitos da pandemia na economia do país. As informações são relativas às normas jurídicas (resoluções e medidas provisórias), detalhes que influenciam o dia a dia dos brasileiros, notícias e outros aspectos sobre a economia do país.


Fonte: Banco Central do Brasil, acesso em 06/04/2020.

Guia orienta gestão financeira de microempresas na pandemia

março 24, 2020

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae lançou o guia digital “Gestão Financeira em Tempos de Coronavírus“. A publicação orienta sobre medidas essenciais ao planejamento e gestão das finanças devido ao avanço do coronavírus no Brasil.

Atualmente, os pequenos negócios enfrentam problemas de logística e produção, redução no número de clientes e faturamento menor. O guia divulgado pelo Sebrae oferece aos empreendedores dicas simples para o enfrentamento de problemas na gestão financeira das microempresas na crise do coronavírus.

A iniciativa também visa a contribuir para a retomada do desenvolvimento da economia brasileira. O Sebrae busca oferecer medidas de prevenção, orientação gerencial e financeira aos empreendedores.

Dicas do guia Gestão Financeira em Tempos de Coronavírus

  • elaborar fluxo de caixa das despesas e receitas para o horizonte de três meses, classificando os valores conforme seu tipo;
  • evitar despesas que não sejam extremamente necessárias para a continuidade dos negócios;
  • negociar as despesas com maior impacto financeiro no negócio, incluindo as operações bancárias, buscando prazo maior para o pagamento dos compromissos;
  • desenvolver estratégias e ações para aumentar o faturamento e promover o negócio junto a potenciais clientes.
Guia Sebrae "Gestão Financeira em Tempos de Coronavírus"

Guia Sebrae “Gestão Financeira em Tempos de Coronavírus”


Fonte: Agência Brasil, acesso em 24/03/2020.

Semana da Transformação Digital 2020

A Semana da Transformação Digital é evento online e gratuito direcionado a micro e pequenos negócios.

Neste ano, a 3ª edição da Semana Transformação Digital terá a temática especial para este momento da crise mundial ocasionada pela disseminação do novo coronavírus.

Especialistas mostrarão como agir para garantir a sobrevivência das micro e pequenas empresas no cenário de incertezas e economia desacelerada.

O evento tem a duração de uma semana e os palestrantes compartilham diversas dicas, conteúdos relevantes transmitidos por executivos de grandes empresas.

No mundo cada vez mais tecnológico, que demanda inovações praticamente diárias, pensar fora da caixa é crucial para se destacar no mercado. Durante o evento, serão disponibilizados diversos materiais para os participantes inscritos sobre a tecnologia na Transformação Digital para micro e pequenas empresas.

Público-alvo

Empreendedores, profissionais, estudantes e interessados na temática.

Palestrantes em Destaque

Igor Lopes

Co-founder e Diretor de Conteúdo do Transformação Digital. Jornalista especializado no mercado de negócios em tecnologia há quase 15 anos, viajou o mundo cobrindo os principais eventos de inovação. Desde 2018 mostra o know-how adquirido ao longo da carreira em sua coluna de tecnologia no BandNewsTV. É diretor de conteúdo em inovação TransformaçãoDigital.com.

Juliano Custódio

Formado em Engenharia e Assessor de Investimentos desde 2003, fez carreira em bancos e corretoras até fundar a EQI Investimentos, um dos maiores agentes autônomos de investimento do Brasil. Conta com mais de 250 assessores em 8 escritórios espalhados pelo país. Atualmente, são mais de 7 bilhões de ativos sob custódia e mais de 36 mil clientes.

Ricardo Dias

Ricardo Dias teve ascensão não tradicional ao topo do mundo do marketing e dos negócios. Há mais de 18 anos, começou no cargo de base na área de vendas da Ambev no Brasil, aprendendo sobre o negócio de baixo para cima. Sua paixão é a criatividade que molda a cultura. Ricardo trabalhou em vários cargos em todo o mundo, incluindo Inglaterra, Canadá, China e Nova York. Em 2019 foi nomeado o CMO regional para a AmBev no Brasil.

Monique Evelle

Reconhecida pela Forbes como “30 under 30”, autora do livro “Empreendedorismo Feminino: Olhar estratégico sem romantismo”, Monique Evelle é idealizadora da Desabafo Social, laboratório de tecnologias sociais e sócia da SHARP, hub de inteligência cultural. Foi repórter do Profissão Repórter, da Rede Globo, já fez três TEDx, participou do Conectados Al Sur, Global Symposium Artificial Intelligence & Inclusion, da Universidade de Harvard e diversos outros eventos nacionais e internacionais com foco em inovação e comunicação.

Programa

Entre 27 a maio até 1º de maio de 2020 haverá 05 sessões diárias, nos seguintes horários: às 11h, 13h, 15h, 17h e 19h .

Aguardar divulgação do programa pela organizadora.

Inscrições e outras informações

As inscrições e informações atualizadas do evento devem ser conferidas no site da organizadora – ver link abaixo ou Clique Aqui.


Fonte: Transformação Digital, acesso em 06/04/2020.

Importante:

  • O GEDAF não é responsável pela organização deste evento, não possui vínculo com os organizadores.
  • Eventuais divergências, dúvidas e/ou solicitações deverão ser encaminhadas aos organizadores por meio dos contatos informados na página do evento.
  • Os preços informados dos ingressos podem variar em função da data de aquisição e/ou promoções especiais, sendo indicado apenas o maior preço para efeito de referência.

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