Documentário Planeta dos Humanos critica energia verde e faz alerta ambiental

abril 27, 2020

Michael Moore, cineasta e escritor norte-americano, lançou o documentário “Planeta dos Humanos”. Nesse novo trabalho, Moore desmistifica as “ilusões verdes” apoiadas por grandes corporações e políticos para utilização de turbinas eólicas, energia solar, carros elétricos e biomassa em substituição aos combustíveis fósseis.

O documentário retrata a proliferação de usinas de gás natural e biomassa. Nos EUA e Europa, novas usinas a gás natural, combustível fóssil associado à extração do petróleo, estão sendo construídas ao lado de antigas plantas que processavam o carvão mineral. As usinas de biomassa, por sua vez, geram energia através da queima de madeira triturada. Contudo, o impacto ambiental dessas soluções é muito grande.

As fontes eólica e solar são questionadas quanto a sua eficiência e materiais fabricados com combustíveis fósseis. Geradores eólicos demandam grandes estruturas de aço e concreto instaladas em áreas montanhosas. Painéis de geração solar são produzidos com materiais obtidos na mineração de quartzo e carvão de elevada pureza. Esses sistemas possuem vida útil inferior a 20 anos.

As baterias utilizadas em veículos elétricos e celulares demandam mineração de lítio, cobre, cádmio e outros metais encontrados em terras raras. Diversas áreas de países em desenvolvimento são degradadas pela mineração, expondo trabalhadores e crianças a substâncias químicas perigosas à saúde.

Moore entrevista pesquisadores e cientistas, representantes de movimentos ambientais e pessoas nas cidades dos EUA onde foram instaladas usinas de energia verde. O documentário apresenta muitos dados e animações para entender o aumento exponencial do consumo de energia nas últimas décadas e a evolução das energias verdes.

A civilização humana sempre acreditou no poder da tecnologia para se desenvolver até o próximo degrau da evolução, consumindo cada vez mais recursos que resultam em novos dilemas morais e éticos. Persiste, entretanto, o problema de escala de população versus limitação de recursos naturais para atender as demandas crescentes.

Resumo do filme

  • Título: Planet of the Humans (Planeta dos Humanos)
  • Duração: 1 h 40 min
  • Origem e lançamento: EUA, lançado em 20.04.2020
  • Classificação: documentário sobre economia
  • Produtor: Michael Moore
  • Direção: Jeff Gibbs

O documentário “Planeta dos Humanos” está disponível gratuitamente no canal YouTube, com legendas em inglês ou tradução automática para o português.

https://www.youtube.com/watch?v=VKNTrFKju3g&t=122s


Avaliação do GEDAF (escalas 0 a 10) para o documentário Planeta dos Humanos

  • Roteiro: 9,0
  • Interpretação: 8,0
  • Fotografia (cenário, figurino, direção de arte e fotografia): 8,0
  • Direção: 9,0
  • Entretenimento: 9,0 (conscientização ambiental)
  • Nota Final: 8,6

Planeta dos Humanos revela muitas contradições sobre a energia verde e o próprio movimento ambientalista que cresceu nas últimas décadas. Líderes ambientalistas defendem que é possível ser mais sustentável utilizando as novas energias em substituição aos combustíveis fósseis como petróleo e carvão.

Contudo, as energias verdes têm grande impacto no meio ambiente e são dependentes de recursos minerais e materiais tradicionais – aço, alumínio, concreto, carvão -, extraídos ou processados industrialmente com uso de combustíveis fósseis.

As novas energias demandam processos industriais complexos que geram grande quantidade de resíduos tóxicos lançados na atmosfera, na água e no solo. Placas solares, por exemplo, não são fabricadas com areia comum, ao contrário do que muitos pensam.

Gasta-se mais energia nesse ciclo do que o retorno obtido com a geração de energia propriamente dita pelas fontes solares, eólicas e biomassa. Essa é a principal incoerência apontada.

A matriz energética da Alemanha também é apontada como pouco sustentável, apesar de sua liderança em tecnologias ambientais. A energia gerada na Alemanha depende em mais de 95% dos combustíveis fósseis, incluindo o carvão, o petróleo, e o gás natural fornecido pela Rússia e EUA.

A sustentabilidade da indústria de veículos elétricos também é colocada em dúvida, pois a recarga das baterias em tomadas alimentadas pela rede pública de energia implica indiretamente na participação de combustíveis fósseis para a sua geração.

Moore revela sua frustração com o movimento ambiental. O show “Dia da Terra”, evento importante dos defensores do meio ambiente, é realizado com energia de grupos geradores a diesel, pois as placas solares instaladas nesses locais não têm potência suficiente para os equipamentos instalados.

Grupos financeiros apoiam as energias verdes, aportando fundos em grandes projetos de energia de biomassa, eólica e solar. O documentário expõe as contradições entre o discurso pró-ambiental e os negócios do empresário Al Gore, ex-presidente dos EUA na gestão Bill Clinton, autor do premiado filme “Uma Verdade Inconveniente” no qual ele denunciou as mudanças climáticas.

Gore e vários famosos estão “pegando carona” no negócio da energia verde. Há a “corrida ao ouro” por grandes investimentos no mercado de novas energias, muitos interesses de grandes corporações industriais e financeiras.

O documentário mostra a insatisfação e apreensão da população nos locais onde foram construídas ou serão implantados parques eólicos e solares ou usinas de biomassa. Em determinada cena, a equipe de filmagem de Moore é ameaçada pelo capataz da planta de biomassa, sendo obrigada a se retirar.

O Brasil foi mostrado como importante fornecedor de madeira e recursos minerais. Há cenas contundentes do desmatamento de florestas na Amazônia, invasão de terras indígenas e destruição do habitat de animais selvagens.

Reflexões sobre o futuro da civilização humana

O documentário estimula a reflexão sobre a sustentabilidade, muito além de rotular energias como sujas ou verdes. É preciso reduzir o consumo esbanjador de energia da civilização moderna.

Apesar de a espécie humana ter alcançado elevado nível de desenvolvimento científico e tecnológico, sua sobrevivência e perpetuação estão em risco. A destruição em escala global dos recursos naturais e da vida animal são inaceitáveis. Não há recursos suficientes no planeta para acompanhar o padrão de consumo e as energias verdes não serão a solução desse problema.

Gostando ou não das polêmicas de Moore, este documentário invoca maior conscientização sobre a importância de repensar hábitos de consumo e a perpetuação da vida no planeta. Também acende a luz vermelha para a energia verde, mostrando que ela não é tão milagrosa ou inocente como tem sido propalada por seus defensores.

Segundo Moore, a linha de equilíbrio do planeta já foi cruzada há muito tempo, sendo urgente adotar novos modelos de desenvolvimento sustentável para preservar a vida humana e a natureza.

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Crédito: GEDAF Finanças e Empreendedores, publicado em 26.04.2020, por Rone Antônio de Azevedo. Todos os direitos reservados, reprodução permitida, com citação da fonte.

AZEVEDO, Rone Antônio de. GEDAF Finanças e Empreendedores. Documentário “Planeta dos Humanos” desfaz as ilusões da energia verde e alerta sobre crise ambiental. GEDAF Finanças e Empreendedores, 2020.

Leia outras matérias sobre sustentabilidade: clique aqui.

Dicas Financeiras GEDAF #01 Troca de Celular

abril 20, 2020

Você costuma trocar seu aparelho celular quando é lançada nova versão com mais recursos?

Agradecemos se puder responder nossa enquete sobre hábitos de consumo dos leitores do site GEDAF.

[socialpoll id=”2629019″]

Dicas Financeiras do GEDAF analisou o hábito de consumo da troca de aparelho celular com maior frequência.

O GEDAF fez simulações financeiras e concluiu que esse hábito pode custar muito dinheiro para o consumidor.

A análise financeira apresentada neste artigo é baseada em dados reais do programa assistido de finanças*, cliente designada pelo nome fictício Rose.

1 – Descrição do estudo de caso

Os três aparelhos celulares novos (A1, A2, A3) foram adquiridos em 2017, 2018 e início de 2020, sendo todos modelos da linha superior de grande marca no mercado.

Após anunciar, Rose conseguiu revender seus dois celulares mais antigos em 2019 (A1) e 2020 (A2), abatendo parcialmente os custos de aquisição.

As datas e valores de compra e revenda dos aparelhos são mostrados na coluna “Valor Corrente” do Quadro 1, abaixo.

Quadro 1 – Histórico de troca de aparelhos celulares

Comparativo hábitos de consumo troca de celular (GEDAF, 2020)

Comparativo hábitos de consumo (GEDAF, 2020)

Portanto, no período de três anos, Rose desembolsou o total de R$ 7.479,00 (valor negativo), em valores correntes ou brutos.

Abatido o atual aparelho celular de Rose (A3), haveria o prejuízo acumulado de R$ 3.379,00, saldo residual em 19/04/2020.

Isso demonstra que mesmo revendendo os aparelhos antigos, Rose teria que arcar com essa diferença acumulada nas sucessivas trocas.

2 – Investimento nos celulares com valor corrigido

Para apurar o saldo residual corrigido, o GEDAF realizou a simulação considerando a correção monetária pelo índice DI (Depósito Interbancário).

Esse índice é utilizado como referência de rentabilidade para fundos de renda fixa baseados no CDI, títulos negociados entre bancos.

Verificando a coluna”Valor Corrigido” no Quadro 1, Rose teria, efetivamente, desembolsado R$ 8.510,00 (negativo) mas sucessivas trocas.

Descontando, então, o valor desembolsado no atual aparelho celular (A3), Rose acumulou o prejuízo de R$ 4.421,66, devidamente atualizado pelo DI.

Assim, existe a diferença de R$ 1.042,66 entre os saldos residuais corrente e corrigido, representando perda financeira de 30,9%.


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3 – Simulação financeira com troca de celular a cada três anos

Para fins de comparação, foi realizada nova simulação considerando, dessa vez, a troca de aparelho somente após três anos de uso (A1 e A3).

Os resultados da simulação com aplicação de 98% do índice DI são mostrados no Quadro 2, abaixo:

Quadro 2 – Opção de troca de aparelhos celulares a cada três anos

Comparativo hábitos de consumo troca de celular (GEDAF, 2020)

Comparativo hábitos de consumo (GEDAF, 2020)

Descontando o atual aparelho celular (A3), Rose teria acumulado o prejuízo de R$ 2.563,70, corrigido pelo índice DI.

Assim, na segunda opção, há a diferença de R$ 763,70 entre os saldos residuais corrente e corrigido, perda financeira de 42,4%.

4 – Conclusão e Recomendações

O estudo de caso do GEDAF aplicado à situação real de troca anual de aparelhos celulares demonstrou que esse hábito gera prejuízo significativo.

Na opção de troca de celular a cada três anos, a perda financeira foi reduzida de R$ 4.421,66 para R$ 2.563,70, economia de 40%.

Os aparelhos avaliados neste estudo são da linha superior do mesmo fabricante, considerados os melhores da sua categoria quando foram lançados.

Mesmo quando o usuário revende seus aparelhos antigos, não consegue abater os custos de aquisição dos novos aparelhos.

Celulares, assim como os demais dispositivos eletrônicos, sofrem grande desvalorização após mais de um ano em utilização.

O estudo foi realizado com o índice DI, mas simulações com outros indicadores obtiveram resultados próximos na comparação entre opções.

A recomendação final desta dica financeira do GEDAF é:

Evitar a troca contínua de aparelhos celulares, verificando sempre se novos recursos tecnológicos são realmente necessários.


Fonte:

GEDAF Finanças e Empreendedores, publicado em 20/04/2020. Simulações realizadas pelo analista financeiro Rone Antônio de Azevedo. Proibida reprodução sem citação completa do artigo.

Enquete avalia preferências de consumidores para abastecimento de veículos

abril 10, 2020

O GEDAF lançou nova enquete sobre preferências de consumidores para abastecimento de veículos. A enquete poderá ser respondida até 20 de abril de 2020, bastando selecionar as alternativas no painel abaixo.

É permitido apenas uma resposta por pessoa, sendo possível alterar a alternativa escolhida após aguardar o prazo de uma hora. Agradecemos sua participação nesta enquete!

Divulgação dos resultados

Se você deseja conhecer técnicas de controle para organizar seu planejamento financeiro, após responder a enquete, cadastre gratuitamente para receber nosso informativo.

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Os resultados serão divulgados aos assinantes da Newsletter e nas redes sociais (Instagram, Facebook e LinkedIn).

Estudo analisa o perfil das 50 maiores franquias do Brasil

junho 17, 2019

A Associação Brasileira de Franchising – ABF divulgou a terceira edição anual do estudo “Perfil das 50 Maiores Redes de Franquias no Brasil” por unidades em operação, ano base 2018.

Realizado exclusivamente com marcas associadas à ABF, o estudo é realizado a partir das informações disponibilizadas pelas redes à entidade, que audita eletronicamente a fidelidade dos dados por meio de regras e salvaguardas específicas para informações.

Em 2018, para posicionar-se entre as 50 Maiores, foi necessário 300 pontos de venda, 8% a mais do que na edição passada. Dessa forma, o total de unidades operadas pelo grupo das 50 Maiores cresceu 7%. Houve aumento do número de redes com mais de 1000 unidades, 17 no total, equivalente a 21% a mais do que a pesquisa 2018.

O levantamento revela, ainda, o crescimento na participação dos segmentos Alimentação; Saúde, Beleza e Bem-Estar; Serviços e Outros Negócios; e
Hotelaria e Turismo. A data de referência das informações da pesquisa ABF é 28 de dezembro de 2018.

Redes com maior volume de negócios em 2018

1º lugar – Rede O Boticário, no segmento Saúde, Beleza e Bem-Estar, com 3.724 operações, mantém-se no topo da lista desde 2016, e distante da vice-líder, diferença superior a mil unidades.

2º lugar – Rede AM PM Mini Market, segmento de Alimentação, com 2.493 operações, aumentou o volume de operações que havia alcançado no ano anterior.

 3º lugar – Rede McDonald’s, no segmento Alimentação, conquistou essa posição ao totalizar 2.289 pontos de venda, trocando de posição com a Cacau Show.

4º lugar – Rede Cacau Show, segmento Alimentação, com 2.232 unidades.

5º lugar – Rede Subway, segmento Alimentação, detentora de 2.094 operações, voltou a participar do ranking da ABF.

6ª lugar – Rede Jet Oil, Serviços Automotivos.

7º lugar – Rede Kumon, Serviços Educacionais, mantém a posição.

8º lugar – Rede CVC Brasil, segmento Hotelaria e Turismo, estava em 11º lugar no ano passado.

9ª lugar – Rede Wizard by Pearson, segmento Serviços Educacionais.

10º lugar – Rede BR Mania, segmento Alimentação.

Do 10º ao 20º lugar houve crescimento das redes Seguralta (Serviços e outros negócios) e Acqio (Comunicação, Informática e Eletrônicos), inclusão do Burger King Brasil (Alimentação), em 19º, e das redes de óticas Carol, em 13º, e Diniz, em 14º (ambas no segmento Saúde, Beleza e Bem-Estar).

Analisando-se apenas a variação de unidades, as redes que mais cresceram foram a Acqio (66%), Seguralta (26%) e CVC Brasil (17%).

Na lista das 50 maiores em 2018 entraram as redes Clube Turismo (Hotelaria e Turismo), em 26º, Hinode (Saúde, Beleza e Bem-Estar), em 29º, Help! Loja de Crédito (Serviços e Outros Negócios), em 40º, e JanPro (Limpeza e Conservação), no 44º lugar.

Análise Geral dos Segmentos

De acordo com o estudo, entre as dez maiores redes, cinco operam no segmento de Alimentação. Considerando a lista completa das 50 Maiores, os segmentos de Alimentação, Serviços e Outros Negócios, Hotelaria e Turismo e Limpeza e Conservação ampliaram sua participação em uma marca.

“Esta pesquisa reafirma o grau de amadurecimento da franchising brasileiro. […]. Mesmo em um ano de tantas incertezas e altos e baixos da economia, o estudo mostra que os investimentos para manter a expansão e inovar continuaram, algumas redes apresentaram um crescimento bastante significativo e alguns segmentos evidenciaram maior resiliência e atividade, como no caso de Alimentação. […] Ressalto também a recuperação de Hotelaria e Turismo, um dos mais impactados durante a crise, mas que soube reagir e o bom desempenho de franquias da área administrativa, como meios de pagamento, seguros, crédito e outros, que impulsionaram todo o segmento de Serviços e Outros Negócios”.

André Friedheim, presidente da ABF (2019)

O Estudo da ABF mostrou que as maiores redes de franquias brasileiras estão buscando novos formatos de vendas. Entre 2017 e 2018,  o percentual de lojas tradicionais diminuiu de 91% para 88%, enquanto a participação de outros formatos – como quiosques, unidades móveis e home based – aumentou de 9% para 12%.

Sobre a ABF

Fundada em 1987, a Associação Brasileira de Franchising – ABF representa oficialmente o sistema de franquias brasileiro. Entidade sem fins lucrativos, reúne franqueadores, franqueados, advogados, consultores e demais fornecedores e stakeholders do setor, totalizando mais de 1.100 associados.

A ABF está presente em todo o território nacional por meio da seccional Rio de Janeiro e de regionais (Sul, Minas Gerais, Centro-Oeste, Nordeste e Interior de São Paulo).

Segundo a ABF, o sistema de franquias registrou faturamento anual de R$ 160 bilhões, resultado alcançado por 140 mil unidades e 2800 marcas de franquias em todo o Brasil. O franchising brasileiro responde por 2,4% do PIB e emprega formalmente mais de 1,2 milhão de trabalhadores.

Fonte:

ABF. Perfil ABF das 50 maiores franquias no Brasil mostra tendências e movimentações do setor. Acesso em 15/06/2019. 

Consulta pública sobre nova legislação para startups está disponível até 23 de junho

junho 15, 2019

O governo federal abriu em 24/05/2019 a consulta pública sobre nova legislação voltada às startups – pequenas empresas de tecnologia que desenvolvem soluções inovadoras e fornecem serviços em diversas áreas.

O objetivo é conhecer a opinião de interessados e receber sugestões para melhorias. As contribuições dos cidadãos sobre assuntos da proposta podem ser enviadas até 23 de junho. A pesquisa está acessível no site www.StartupPoint.gov.br

As respostas à consulta pública vão subsidiar a elaboração do novo marco legal para o setor, abrangendo lei ordinária, decretos, portarias e instruções normativas que regulamentam o ambiente de negócios para essas firmas de tecnologia.

O tempo necessário para responder a consulta é cerca de 1 hora, incluindo a leitura dos textos com artigos do marco legal e justificativas das opções escolhidas nas perguntas, incluindo apresentação de sugestões.

Critérios abordados sobre startups

A pesquisa possui questões sobre a necessidade de estabelecer definição na legislação para o termo startup, considerando o caráter inovador dessas companhias e destacando a emergência de novos modelos de negócio.

A consulta propõe diversos critérios a serem utilizados para enquadrar e regulamentar startups:

  • número de funcionários;
  • depósito de patentes;
  • enquadramento societário;
  • grau de uso de tecnologia;
  • nível de ineditismo em modelos de negócios;
  • comercialização de serviço inovador;
  • tipos de benefícios tributários e obrigações de investimentos;
  • responsabilidade solidária em caso de fechamento;
  • instrumentos de fomento à Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação.

Há mais de 12 mil startups no Brasil, sendo necessário remover obstáculos e criar instrumentos para apoiar o seu desenvolvimento. Esse é o entendimento do subsecretário de Inovação da Secretaria de Desenvolvimento, Inovação Especial, Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Igor Nazareth.

Compilação e encaminhamento das propostas

Após a conclusão da consulta, a equipe do Ministério da Economia vai avaliar as contribuições em conjunto com outros órgãos de governo para depois enviar o projeto de lei ao Congresso. O subsecretário acredita que haverá grande número de contribuições dos interessados no assunto.

A abertura da consulta foi decidida por subcomitê formado pelos ministérios da Economia e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), outros órgãos públicos, associações do setor e entidades da sociedade civil organizada.

Fonte: EBC, acesso em 14.06.2019.

Pesquisa GEDAF avalia assédio moral no trabalho

maio 12, 2019

O GEDAF, em parceria com a Loxxi Engenharia, realizou pesquisa VOX 004-2019 sobre assédio moral no ambiente de trabalho. O objetivo é avaliar a percepção sobre o assunto que prejudica a saúde dos trabalhadores.

Os participantes responderam à enquete no período 11 a 15 de maio de 2019. Confira os resultados divulgados com exclusividade no site GEDAF em 16 de maio de 2019.

A pesquisa consistiu em, a partir de situações típicas em diversos ambientes de trabalho, reconhecer aquela que ocorreu ou foi percebida pelo participante. Essas situações foram analisadas pela pesquisadora alemã Brigitte Huber (1994). Ela observou que o assédio é maior para quem marca a diferença, referenciando, para tal, quatro grupos como alvos desse perigo: o trabalhador isolado, o diferente, o bem sucedido e o novato na empresa. 

Os resultados da pesquisa são mostrados no gráfico abaixo:

Assédio Moral no Trabalho - Resultado Pesquisa GEDAF VOX 004-2019

Gráfico 1 – Resultado Pesquisa GEDAF VOX 004-2019 (Loxxi Engenharia, 2019)

Considerações sobre a Pesquisa

Houve predominância do assédio moral para as categorias Pessoa que Faz Sucesso (38,3%) ou Pessoa Estranha (33,3%). Os indivíduos nessas classificações se destacam bastante por sua ascensão, opinião crítica, personalidade marcante ou independente em relação às posições do grupo, tornando-se alvos preferenciais em ataques por assédio moral.

As categorias Pessoas Sozinhas (19,0%) e Pessoas Novas (4,8%) ocorrem em situações menos frequentes, mas também preocupantes. A primeira corresponde às minorias absolutas, comuns em ambientes cuja população é predominantemente composta por homens (escritórios, canteiros de obras, oficinas) ou mulheres (enfermagem em hospitais, escolas infantis, salões de beleza). Há maior vulnerabilidade dessas pessoas ao expressarem opiniões abertas, contestarem ou violarem regras estabelecidas pelo grupo dominante.

Pessoas Novas (4,8%) necessitam conquistar a confiança dos colegas, especialmente nas substituições de chefes amistosos ou carismáticos ou quando gerenciam equipes menos receptivas a mudanças e ideias novas. Nem sempre os conhecimentos ou melhor formação são percebidos pelo grupo como diferencial agregador. Há críticas veladas ou até mesmo explícitas, especialmente se houver falhas em decisões tomadas.

Outras Situações (4,8%) correspondem aos casos de exposição a chefes autoritários ou ríspidos que praticam xingamentos, utilizam de tom de voz mais alto para intimidar, batem em mesas ou portas, conforme relato dos participantes. Condutas agressivas podem também levar à violência física, caracterizando acidente de trabalho nas ocorrências mais graves.

Estatísticas

No Brasil, o assédio moral é muito sério, problema que pode afetar até metade da população de trabalhadores.

Pesquisa realizada pela médica do trabalho Margarida Barreto, da PUC de São Paulo, entre 2001 e 2005, revelou que 23,6% dos trabalhadores de empresas públicas e privadas, governos e organismos não-governamentais, sofreram algum tipo de humilhação no trabalho. 

Em 2015, o site Vagas.com divulgou pesquisa na qual foram entrevistados 4.975 profissionais em todas as regiões do Brasil, revelando que 52% disseram ter sido vítimas de assédio sexual ou moral. E, entre aqueles que não passaram por esta situação, 34% presenciaram algum abuso.

Na Europa, também há a prática de assédio moral nas relações de trabalho, mas em intensidade bem menor, com maior frequência no Reino Unido (16,3%), Suécia (10,2%), França (9,9%) e Alemanha (7,3%). Apesar de as amostras serem distintas e em datas diferentes, nota-se a grande distância entre as frequências médias do assédio nas populações de trabalhadores no Brasil (38%) e nos países europeus citados (11%). 

Justiça combate o assédio moral no Brasil

Na última década, as condutas de empregadores que promovem humilhação e assédio psicológico foram sentenciadas nos processos trabalhistas com mais recorrência. O assédio moral pode ser constatado em qualquer nível hierárquico e ocorre de forma intencional e frequente.

Entende-se por assédio moral toda conduta abusiva, a exemplo de gestos, palavras e atitudes repetidas de forma sistemática, atingindo a dignidade ou integridade psíquica ou física do trabalhador. Na maioria das vezes, há constantes ameaças ao emprego e o clima organizacional é degradado.

No entanto, o assédio moral não é sinônimo de humilhação e, para ser configurado, é necessário provar que a conduta desumana e antiética do empregador ocorreu com frequência, de forma sistemática. Dessa forma, a desavença esporádica no ambiente de trabalho não caracteriza assédio moral.

Situações vexatórias

A exposição do trabalhador a situações vexatórias tem por objetivo ridicularizá-lo e inferiorizá-lo, afetando seu desempenho. É comum que, em situações de assédio moral, existam tanto as ações diretas por parte do empregador, como acusações, insultos, gritos, e indiretas, ou ainda a propagação de boatos e exclusão social.

As condenações por assédio moral em processos trabalhistas quase sempre envolvem práticas como a exigência de cumprimento de tarefas desnecessárias ou exorbitantes, imposição de isolamento ao empregado, restrição da atuação profissional, ou ainda exposições ao ridículo.

Consequências

O assédio moral no trabalho desestabiliza o empregado na vida profissional e pessoal, interferindo na sua autoestima, gera desmotivação e perda da capacidade de tomar decisões. A humilhação repetitiva e de longa duração também compromete a dignidade e identidade do trabalhador, afetando suas relações afetivas e sociais. A prática constante pode causar graves danos à saúde física e psicológica, evoluir para a incapacidade laborativa e, em alguns casos, a morte do trabalhador.

Processo judicial

Não existe lei específica para repressão e punição daqueles que praticam o assédio moral. No entanto, na Justiça do Trabalho a conduta de assédio moral, se caracterizada, gera indenização por danos morais e físicos. Na esfera trabalhista, o assédio moral praticado pelo empregador ou por qualquer de seus prepostos autoriza o empregado a deixar o emprego e a pleitear a rescisão indireta do contrato.

As práticas de assédio moral são enquadradas no artigo 483 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que determina que o empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando, entre outros motivos, forem exigidos serviços superiores as suas forças, contrários aos bons costumes ou alheios ao contrato, ou ainda quando for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo ou ato lesivo da honra e boa fama.

Na Justiça criminal, conforme o caso, a conduta do agressor poderá caracterizar crimes contra a honra, como a difamação e injúria, contra a liberdade individual se houver constrangimento ilegal ou ameaça.

Orientação ao trabalhador

O trabalhador que suspeitar sofrer assédio moral em seu ambiente de trabalho deve procurar e relatar o acontecido ao seu sindicato, ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à Superintendência Regional do Trabalho.

Ele também pode recorrer ao Centro de Referência em Saúde dos Trabalhadores – Cerest, que presta assistência especializada aos trabalhadores acometidos por doenças ou agravos relacionados ao trabalho.

Para comprovar a prática de assédio, é recomendado anotar todas as humilhações sofridas, os colegas que testemunharam o fato, bem como evitar conversas sem testemunhas com o agressor. Buscar o apoio da família e dos amigos é fundamental para enfrentar o problema.

Fonte:

Conselho Nacional de Justiça – CNJ. CNJ Serviço: O que é assédio moral e o que fazer? Publicado em 28/11/2016. Acesso em: 12/05/2019.

Profissões mais respeitadas em 35 países e o novo mercado de trabalho

março 20, 2019

Pesquisa realizada em 2018 pela organização global de educação Varkey Foundation examinou as opiniões em 35 países sobre 14 profissões típicas:

  • Médico(a)
  • Advogado(a)
  • Engenheiro(a)
  • Diretor(a) de Escola
  • Policial
  • Enfermeiro(a)
  • Contador(a)
  • Gerente do Governo Local
  • Consultor(a) de Gestão
  • Professor(a) do Ensino Secundário
  • Professor(a) do Ensino Primário
  • Web Designer
  • Assistente Social
  • Bibliotecário(a)

As ocupações foram deliberadamente escolhidas porque são bastante semelhantes em termos de qualificação profissional ou equivalente, demandando formação universitária e estudos de pós-graduação. As ocupações foram também cuidadosamente selecionadas em relação às diferenças de atuação nos setores privado e público.

Em cada país, 1000 (mil) pessoas do público em geral foram solicitadas a classificar a lista preparada com as profissões típicas, ordenando-as conforme o respeito atribuído por critérios pessoais. Todos aqueles que participaram da pesquisa tiveram que ordenar a lista de profissões do primeiro ao décimo-quarto lugar, sem exceções.

Classificação Geral das Profissões

A partir da classificação dos entrevistados sobre a variedade de profissões, foi possível extrair a classificação relativa geral precisa de ocupações. A média do score (pontuação) por ocupação, escala 0 a 14, para as amostras de todos os países é exibida na Figura 1. Scores mais altos estão na parte inferior do gráfico, enquanto os mais baixos estão na parte superior.

Nota Média do Score das Profissões (Vark Foundation, 2018), gráfico elaborado pelo GEDAF
Figura 1 – Nota Média do Score das Profissões (Vark Foundation, 2018)

Conforme a Figura 1, os médicos lideraram a lista global das profissões mais respeitadas, seguidos por advogados (2º) e engenheiros (3º). Os diretores de escola (4º) também obtiveram boa aprovação, alcançando menor reconhecimento do que as três primeiras ocupações.

Os professores do ensino primário (11º) e do ensino secundário (10º) ficaram posicionados depois dos policiais (5º), enfermeiros (6º), contadores (7º), gerentes do governo local (8º) e consultores administrativos (9º). Os bibliotecários obtiveram a menor pontuação (14º), abaixo da pontuação dos web designers (12º) e assistentes sociais (13º).

Novo Mercado de Trabalho

No futuro próximo, quando robôs e algoritmos realizarem muitos trabalhos feitos anteriormente por humanos, a lista da Varkey Foundation poderá ser bastante diferente.

Os avanços tecnológicos da Quarta Revolução Industrial estão transformando a maneira como as pessoas trabalham e os trabalhos que executam.

Até recentemente, a automação consistia principalmente em replicar tarefas não especializadas ou repetitivas. Na atualidade, os avanços em robótica e inteligência artificial (IA) possibilitaram que as máquinas pudessem “pensar” mais como seres humanos, trazendo a automação para profissões como medicina e direito.

Por exemplo, há algoritmos desenvolvidos para executar tarefas legais básicas de forma mais eficiente e muito mais rápida do que advogados altamente treinados. E, à medida que os algoritmos se tornam mais sofisticados, serão capazes de analisar aspectos mais complexos de tarefas executadas por advogados e médicos.

E se, no futuro, médicos ou advogados fossem robôs, as pessoas ainda teriam tanto respeito por áreas como a medicina e a advocacia?

Durante a Primeira Revolução Industrial, havia receio de desemprego em massa devido à produção por máquinas que faziam tarefas exclusivas de humanos. Da mesma forma, a chegada da Quarta Revolução Industrial provocou temores de que os robôs vão eliminar milhões de empregos.

O Relatório sobre o Futuro dos Empregos do Fórum Econômico Mundial de 2018 afirma que quase 50% das empresas pesquisadas acredita que a automação reduzirá sua força de trabalho em tempo integral até 2022.

Mas o relatório também observa que, embora a automação possa deslocar 75 milhões de empregos, 133 milhões novos postos de trabalho poderiam surgir, com funções sob demanda para incluir analistas de dados e cientistas, desenvolvedores de software e aplicativos.

O relatório também afirma que 38% das empresas pesquisadas esperam aumentar sua força de trabalho em novas funções que ofereçam maior produtividade. E mais de 25% dos entrevistados acredita que a automação criará novas funções para seus negócios.

O avanço tecnológico exigirá especialistas em IA e aprendizado de máquina, big data, automação de processos, segurança de informações e robótica, e pessoas com conhecimento sobre blockchain.

Mas no mercado de trabalho futuro, haverá também demanda por toque pessoal, haverá crescimento previsto em funções que alavancam habilidades distintamente “humanas”.


Fontes:

Johnny Wood. World Economic Forum. These are the world’s most respected professions. Acesso em 20/03/2019.

Varkey Foundation. Global Teacher Index 2018. Acesso em 20/03/2019.

Professores da Educação Infantil estão expostos a ruído excessivo

março 1, 2019

Pesquisa publicada em 2018 pela Universidade de Gothenburg concluiu que professoras da Educação Infantil estão expostas a ruído excessivo nas escolas da Suécia. Cerca de 71% das educadoras apresenta perda de audição, especialmente as mais jovens, na faixa de 18 a 44 anos.

A autora da tese é Sofie Fredriksson, audiologista e doutora em Medicina Ocupacional e Ambiental. A pesquisa foi realizada apenas com mulheres, sendo entrevistadas 4.718 professoras da Educação Infantil na Suécia.

Sofie constatou que 71% das professoras desenvolveram fadiga auditiva causada por ruídos externos e 46% tinha dificuldade de compreensão de fala. A pesquisadora, então, entrevistou outras 4.122 mulheres da população em geral e comparou os resultados. Nesse segundo grupo, apenas 32% das mulheres demonstraram ter experimentado fadiga auditiva em algum momento.

Nas escolas de Educação Infantil, as professoras convivem diariamente com muito barulho devido à agitação das crianças nas brincadeiras e conversas em alto volume, gritos, choros, carteiras arrastadas, e campainhas estridentes. Essa exposição causa fadiga auditiva induzida por ruídos, hiperacusia (acuidade auditiva exacerbada, dolorosa em certos sons, sobretudo os agudos) e dificuldade de compreensão da fala.

A fadiga auditiva gera a sensação de pressão no ouvido, como se estivesse cheio ou zumbido contínuo. Dependendo do tempo de exposição ao barulho, a perda é irreversível, pois as células ciliares que captam os sons são muito sensíveis e podem ser destruídas.

Cuidados na prevenção à perda da audição

A fonoaudióloga Marina Panelli comentou a pesquisa da universidade sueca no programa “Na Ordem do Dia”, exibido na TV CPP em 12 de fevereiro de 2019. Na entrevista, ela relatou que há outras pesquisas comprovando a exposição dos professores ao ruído excessivo nas salas de aula, variando entre 59 a 89 decibéis (dB).

Entrevista com a fonoaudióloga Marina Panelli (TV CPP, 2019)

Apesar de não existir uma legislação específica para controle e prevenção da perda auditiva para os profissionais da educação, o ruído de 89 decibéis é bastante elevado.

As normas de higiene ocupacional limitam a intensidade e o tempo de exposição ao ruído. No Brasil, por exemplo, a Norma Regulamentadora NR 15 da Secretaria de Inspeção do Trabalho limita a exposição ao ruído em 85 decibéis para a jornada de 8 horas. Dessa forma, o valor de 89 decibéis em sala de aula é quase o dobro do ruído máximo admitido na norma brasileira (medido em escala logarítmica, fator de dobra igual a 5 dB).

Visando à prevenção, Marina Panelli orientou os professores a fazerem audiometria de forma periódica, a cada seis meses, e no momento de nova contratação. Muitos professores demoram até 7 anos para fazerem o exame fonoaudiológico, tempo excessivo que dificulta adotar medidas preventivas.

Em relação à fonte emissora, o professor deve procurar manter boa disciplina na sala de aula, de forma a reduzir os ruídos das crianças. Marina observa que os professores devem descansar em ambientes silenciosos após o fim da jornada de trabalho.

O diagnóstico e os exames para avaliação da perda auditiva devem ser realizados por médico otorrinolaringologista, com encaminhamento ao fonoaudiólogo. Poderá ser indicado aparelho auditivo, prótese sobre o ouvido, ajustado à audiometria do indivíduo. Há diversos modelos compactos e de tecnologia avançada que possuem boa qualidade sonora, reduzindo o desconforto auditivo.

Uma pesquisa norte-americana, realizada pela Wakefield Research for EPIC Hearing Healthcare, mostrou que grande número de professores nos EUA é afetado pela perda auditiva. Muitos desses profissionais deixam de procurar ajuda médica para tratarem a dificuldade de ouvir. A principal razão disso é o receio que o empregador descubra o problema auditivo e dispense o professor com problemas auditivos.

Referências

CENTRO DO PROFESSORADO PAULISTA (CPP). Fadiga auditiva aflige cada vez mais profissionais da Educação.

FREDRIKSSON, Sofie. Hearing-related symptoms among women Occurrence and risk in relation to occupational noise and stressful working conditions. Tese de doutorado. Department of Occupational and Environmental Medicine, Institute of Medicine at Sahlgrenska Academy. Universidade de Gothenburg: Suécia, 2018.

PORTAL N10. Maioria dos professores da Educação Infantil tem problemas de audição, diz pesquisa.

SECRETARIA DA INSPEÇÃO DO TRABALHO (BRASIL). NR 15: Atividades Insalubres e Perigosas.

TV CPP. Sete em cada dez professores têm dificuldades de audição. Entrevista com a fonoaudióloga Marina Panelli.

Inadimplência atinge 25 milhões de brasileiros com até 37 anos

fevereiro 2, 2019

Inadimplência atinge 25 milhões de brasileiros com até 37 anos de idade. Quatro em cada dez brasileiros endividados estão nessa faixa etária.

Estudo inédito realizado pela ANBC (Associação Nacional dos Bureaus de Crédito) revelou que a inadimplência por faixa etária e o valor médio da dívida por pessoa em cada grupo analisado da população brasileira. A pesquisa é baseada nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Perfil de endividamento dos brasileiros

Na Geração Z, de zero a 21 anos, cuja população total é 13,8 milhões, o endividamento alcança 32% do grupo. Em números absolutos, são 4,4 milhões de endividados. O valor médio da dívida por pessoa é R$ 1.676,00.

Na faixa etária de 22 a 37 anos, geração denominada Millennials, a qual concentra 51,5 milhões de pessoas, o endividamento é elevado. Nesse grupo, o percentual de endividados é 40%, ou seja, 20,6 milhões de pessoas. A dívida média pessoal é R$ 3.737,00, mais do que o dobro verificado para a geração Z.

No grupo etário de 38 a 53 anos, denominado Geração X, ocorre o maior percentual de inadimplência e valor médio por pessoa. Constituído por 44,6 milhões de brasileiros, esse grupo apresenta 42% de endividados, ou 18,6 milhões de pessoas. A dívida média pessoal desse grupo é R$ 5.351,00.

No grupo etário de 54 a 72 anos há redução do nível de inadimplência, que passa a ser igual a 34%. Essa faixa totaliza 31,9 milhões de pessoas, sendo 10,9 milhões inadimplentes. A dívida média pessoal é R$ 5.418,00.

No grupo de 72 a 89 anos, formado por 8,5 milhões de pessoas, há 2,9 milhões ou 34% de inadimplentes. O valor médio da dívida pessoal é menor do que a faixa anterior, atingindo R$ 3.824,00.

A geração mais idosa, com mais de 90 anos, é composta por cerca de 732 mil pessoas, sendo que 247 mil estão endividadas. A dívida média por pessoa é R$ 2.721,00.

A situação das pessoas com mais de 72 anos e idade é reflexo da necessidade de auxiliar financeiramente com a aposentadoria outros integrantes da família, incluindo filhos e netos.

Gráfico 1 - Número absoluto de pessoas e endividados por grupo etário (ANBC, 2019)
Gráfico – Número absoluto de pessoas e endividados por grupo etário (ANBC, 2019)

Inadimplência no Brasil

Atualmente, há mais de 60 milhões de brasileiros em situação de inadimplência. A pior crise econômica enfrentada pela nação nos últimos 30 anos contribuiu bastante para essa situação.

O endividamento das famílias é um dos maiores problemas econômicos do Brasil, restrição de crédito a taxas de juros reduzidos na aquisição de bens e serviços à prazo. Essa falta de crédito comprometem a dignidade humana e a inserção no mercado de trabalho.

A pesquisa da ANBC mostra que a condição de não pagamento dos compromissos financeiros é mais preocupante para as gerações mais jovens, visto que se tornam consumidores com alto grau de endividamento.

As duas gerações da população mais jovem do país totalizam 65,3 milhões de pessoas. Na faixa etária de até 37 anos há 25 milhões de pessoas endividadas, representando 38% do total. Em relação ao contingente total de 60 milhões de brasileiros endividados, a proporção aumenta para 42% . Significa dizer que para cada dez brasileiros endividados, mais de quatro pertencem às gerações Z e Millennials.

Elias Sfeir, presidente da ANBC, avalia que vários fatores explicam essa situação de inadimplência dos mais jovens. “A carência de educação financeira e de mentalidade de poupança é comum a todas as gerações e estimula a situação de inadimplência. Para os mais jovens, a escassez de emprego e a dificuldade de acesso ao ensino agravam o cenário de inadimplência”.

Sfeir ponderou também as consequências do consumismo. “Itens como tênis, celulares e notebooks são constantemente trocados pelo último modelo lançado. Não há orçamento que aguente tantos gastos. Esse comportamento de compra compulsivo e irracional é mais forte entre os jovens”, comenta.

Fonte: Revista Exame, acesso em 1º/02/2019.