Educação Ambiental - UNESCO
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Educação ambiental é deficiente no ensino básico em 55% dos países, segundo a pesquisa “Aprender para o planeta: Revisão global das questões relacionadas ao meio ambiente e como estão integradas à educação”, publicada pela UNESCO em 2022.

A UNESCO analisou a educação ambiental no ensino primário e secundário em diversos países, considerando conhecimentos gerais sobre meio ambiente, biodiversidade, mudanças climáticas e sustentabilidade.

A metodologia consistiu na análise de programas e currículos escolares de 46 países membros da UNESCO, e questionários respondidos por 1.600 professores e administradores em 93 países, entre setembro e novembro de 2020.

Os resultados da pesquisa são relevantes para orientar ações concretas por parte das autoridades públicas diante dos problemas ambientais que o mundo enfrentará nas próximas décadas.

Resultados da Pesquisa

A pesqusisa revelou que 55% das políticas educacionais e currículos examinados não mencionam as mudanças climáticas e apenas 19% fazem menção à biodiversidade.

Embora 92% dos documentos de política e currículos examinados incluíram ao menos uma referência ao meio ambiente, há pouca profundidade nesses conteúdos. Além disso, 45% de todos os documentos analisados tem pouco ou nenhum foco em questões ambientais e apenas 17% está na categoria “moderada”.

Há muito maior ênfase ao tema “meio ambiente” do que “mudança climática” ou “biodiversidade”. A pesquisa mostrou que mais de 83% dos documentos analisados mencionam “meio ambiente” ao menos uma vez e 69% mencionam “sustentabilidade”, enquanto os temas “mudança climática” e a “biodiversidade” são abordados em 47% e 19% dos documentos, respectivamente.

Nos programas de formação de professores não foram incluídos conteúdos sobre o meio ambiente. Cerca de 62% dos entrevistados são professores e 13% do corpo gerencial (anteriormente trabalharam como professores). No total, 36% relataram completa ausência de temas ambientais em sua formação inicial ou contínua (atuando no cargo), enquanto 30% afirmaram que tiveram acesso aos conteúdos tanto a formação inicial quanto na continuada.

Em relação à participação em atividades escolares sobre o meio ambiente, 35% dos entrevistados respondeu que a frequência era uma vez por semana ou uma vez por mês. Outros 57% relataram que a frequência foi de pelo menos uma vez ao ano. Apenas 8% deles indicaram que os jovens não participavam dessas atividades.

No total, 79% das pessoas entrevistadas relataram que as escolas “permitem ou encorajam” meninas, crianças e jovens a participarem de ações juvenis relacionadas às questões ambientais, 4% disseram que foram desencorajados e 17% afirmaram que não foram encorajados nem desencorajados.

Esse alto nível de participação é positivo globalmente, refletindo o impacto das recentes ações juvenis frente às mudanças climáticas e outras questões ambientais, e muitos entrevistados oriundos de escolas atuantes na área ambiental. Essas atividades variam em formatos e organização pela sociedade civil e outras entidades.

Recomendações

A UNESCO considera que os países fizeram progressos nos últimos anos. Porém, os governos, as instituições de ensino e os educadores deveriam se empenhar mais em fornecer aos alunos conhecimentos, desenvolver habilidades, atitudes e valores relacionados às questões ambientais.

É necessário maior ênfase aos temas do meio ambiente na educação, promovendo inclusão de conteúdos sobre mudanças climáticas e biodiversidade. Nesse sentido, diversos países deveriam revisar programas curriculares e livros didáticos com maior frequência.

O aprendizado ambiental deve ser integrado a outras disciplinas, pedagogia holística que vai além do foco no conhecimento cognitivo, de forma a envolver estudantes social e emocionalmente, estimulando ação e participação.

Todos os professores e diretores de escolas devem estar familiarizados com a educação para o desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas e biodiversidade. É essencial adotar novas abordagens de aprendizagem. E esses assuntos devem fazer parte da formação inicial e continuada dos professores.

O compromisso das escolas deve ir além do ensino tradicional e apoio às ações de defesa do meio ambiente. A pedagogia deve ser transformadora, estimulando os alunos a se engajarem e aprenderem temas ambientais com foco na ação.

Os gestores devem reduzir a pegada ecológica das instituições, exercer a liderança ambiental na comunidade local e assegurar boa governança escolar.

O conhecimento indígena ancestral deve ser integrado ao ensino ambiental através de ampla consulta aos povos indígenas.

Atualmente, os processos intergovernamentais relativos às mudanças climáticas e biodiversidade estão dissociados dos sistemas educativos ou de aprendizagem ao longo da vida. A integração é essencial para sensibilizar e motivar a cidadania responsável em escala global. É necessária a coloboração entre os setores ambiental e educacional nos níveis nacional, regional e global, envolvendo os ministérios da Educação e do Meio Ambiente.

Dessa forma, os países terão maior êxito ao desenvolver em benchmarks (indicadores de desempenho), leis, políticas, programas e acordos efetivos.

Sobre a UNESCO

A  UNESCO (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization) – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – é uma agência especializada das Nações Unidas (ONU) com sede em Paris, fundada em 1945. Sua missão é contribuir para a paz e segurança no mundo por meio do incentivo à educação e ciências.

A UNESCO é conhecida por seu trabalho na promoção da educação ambiental e desenvolvimento sustentável no mundo. A entidade coloborou no Marco de Ação da Agenda Educação 2030 para a implementação do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável para a Educação (ODS 4), que visa a “assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”.

Acesse a pesquisa “Aprender para o planeta: Revisão global das questões relacionadas ao meio ambiente e como estão integradas à educação”, disponível em inglês, francês e espanhol – clique aqui.

Fonte: UNESCO, acesso em 07.02.2023

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