Dicas GEDAF para planejar metas em 2021

janeiro 10, 2021

No início do novo ano, muitas pessoas procuram planejar metas visando à conquista de resultados mais satisfatórios e melhoria da sua qualidade de vida.

A falta de metas claras pode resultar em desequilíbrios e perda de foco. No famoso conto “Alice no País de Maravilhas”, escrito por Lewis Carroll, a personagem Alice pergunta ao gato Cheshire qual caminho deveria seguir. Então, o gato respondeu-lhe com a célebre ponderação lógica: “Se você não sabe onde quer chegar, então qualquer caminho serve”.

Felizmente há boas técnicas para facilitar decisões. O GEDAF compartilha o modelo integrador ISAEL para auxiliar aos que procuram por referências de planejar metas. Essa ferramenta contempla 5 (cinco) dimensões essenciais, áreas-chave vitais para o sucesso, mostradas na Figura abaixo.

Modelo ISAEL - GEDAF

Figura 1: Modelo ISAEL para planejamento de metas (GEDAF, 2021)

Descrição das áreas-chave

  • [I]nvestimentos: análises e decisões sobre alocação de recursos financeiros (carteira) em renda fixa e variável, considerando os riscos e o perfil cada investidor.
  • [S]aúde: cuidados com o corpo e a mente, mediante prática de atividades físicas, meditação para redução do estresse, e cultivo da espiritualidade.
  • [A]limentação: seleção e preparo de alimentos saudáveis e naturais, mudança de hábitos e perfil de consumo mais sustentável.
  • [E]ducação Financeira: aquisição e atualização de conhecimentos sobre finanças pessoais e investimentos por meio de leituras, participação em cursos e eventos.
  • [L]azer e Repouso: repouso noturno e organização de pausas para descanso, prática de atividades recreativas, incluindo viagens e eventos culturais.

O modelo de planejamento ISAEL é bastante simples. A verificação de resultados em cada área-chave deve ser realizada de forma periódica – semanal, quinzenal ou mensal.

O acompanhamento se dá por registro das ações e resultados. Recomenda-se utilizar caderno pautado (com linhas), modelo universitário, para apontamentos pessoais cronológicos dessas iniciativas. Reservar uma folha para cada período de verificação.

Você ficará mais animado(a) com seu progresso à medida que planeja ações e registra os resultados nas áreas-chave do modelo ISAEL.

Outra curiosidade: Isael tem origem bíblica, correspondendo às tribos de Israel descendentes de Jacó. Significa “aquele(a) que reina com Deus”.

Pedimos à Deus a melhor orientação para planejar suas metas em 2021!


Editorial GEDAF, colaboração do gestor financeiro Rone Antônio de Azevedo.

Imagem: Alice in Wonderland, Disney Estúdios, 2009.

Participe do grupo GEDAF Finanças VIP 21 e receba dicas em seu celular – clique aqui.

Lançado canal GEDAF Finanças VIP 21

janeiro 8, 2021

O GEDAF lançou o canal Finanças VIP 21 voltado para educação financeira pessoal e empreendedorismo. O canal apresentará dicas e orientações de gestão financeira, informativos sobre o mercado financeiro, publicações técnicas, pesquisas e ferramentas especializadas.

Os interessados podem participar gratuitamente do canal GEDAF no Telegram, acessando ao endereço https://t.me/gedafmaisfinancas .

A estratégia faz parte do plano de gestão MG21 do GEDAF Finanças e Empreendedores. O intuito é oferecer novos recursos dinâmicos e serviços sob demanda para os usuários. O canal foi oficialmente ativado em 08.01.2021 e complementará outras mídias disponíveis.

O novo canal resulta do amadurecimento do projeto lançado em 2017 e necessidade de melhoria de comunicação. A intenção é oferecer mais conteúdo relevante e atualização de informações com maior frequência. O veículo lançado contempla temas do cotidiano e boas práticas para aqueles que desejam melhorar a gestão das finanças nas dimensões pessoal ou comercial.


Editorial GEDAF, 08.01.2021.

 

Dicas Financeiras GEDAF #02 Educação dos Filhos

maio 10, 2020

Dicas Financeiras GEDAF #02 oferece orientações sobre a educação dos filhos.

Nesta data especial, o GEDAF cumprimenta as Mães! Parabéns por se dedicarem ao Sucesso dos seus filhos!

Gostamos muito de ajudar as mães na sua principal missão de educar e cuidar bem dos filhos.

Por isso, compartilhamos este informativo especialmente em homenagem a elas.

1 – Evitar gastos com festas sofisticadas e viagens especiais para crianças pequenas

Festas bem produzidas em ambientes sofisticados para comemorar o aniversário de crianças pequenas costumam ter custo bastante elevado. Geralmente, exigem muita dedicação dos pais para sua organização e divulgação.

Contudo, essas comemorações impactam muito pouco no desenvolvimento e nas boas recordações das crianças com pouca idade. Estudos da Psicologia demonstram que é bastante reduzida nossa capacidade de reter memórias de experiências específicas até os 3 anos de idade, razão pela qual essa ausência é denominada amnésia infantil.

A recomendação também pode ser estendida ao planejamento de viagens caras aos parques temáticos da Disney ou outros lugares especiais no exterior.

Assim, os pais devem evitar gastos com eventos e passeios nos quais as crianças não lembrarão quando se tornarem adultas ou terão pouco impacto em seu desenvolvimento.

É preferível investir em momentos de lazer simples e agradáveis junto da família, pois trarão maior alegria às crianças. Exceto os casos em que esses eventos reflitam o desejo ou necessidade dos pais em apresentar a criança ao grupo social, o ideal é fazer essas comemorações ou viagens após os 3 anos.

2 – Recusar pedidos de crianças para atender seus caprichos

É natural crianças fazerem pedidos aos pais quando a família vai às compras. Contudo, os pais devem recusar, exceto se houver real necessidade e não comprometer o orçamento familiar.

A pior abordagem dos pais é agradar os filhos sob o pretexto de “dar aquilo que não teve na sua infância”. Pais não devem se sentir culpados ao recusarem os pedidos, evitando compensar dificuldades financeiras no passado. Faz parte do seu papel educador dizer “Não”.

Infelizmente, a conduta omissa de vários pais deixa seus filhos com a expectativa de sempre serem atendidos. Mais tarde, esse mau costume poderá levá-los a se tonarem adultos incapazes de lidar com as rejeições.

A boa educação financeira das crianças orienta a valorizar o dinheiro dos pais, evitar compras desnecessárias e planejar gastos conforme o orçamento da família.

Não é recomendado levar crianças pequenas a supermercados e lojas, pois podem constranger com seu choro ou birra. A partir dos 5 anos, as crianças podem ser convidadas pelos pais desde que participem na elaboração da lista de compras.

É importante envolver as crianças nesse processo para perceberem os produtos essenciais e supérfluos às necessidades da família. Pais podem permitir sugestões de itens para compra, tais como biscoitos, doces e brinquedos, mas sempre dentro do orçamento fixado.

No local de compras, caso a criança peça produtos fora da lista combinada, os pais devem ser enérgicos ao negarem, mantendo-se fiéis ao planejado. Essa disciplina é fundamental para a criança entender a importância do orçamento.

Deve-se também evitar presentear fora das datas especiais: aniversário, Dia das Crianças e Natal. É preciso ensinar as crianças a suportarem a espera, mantendo a expectativa.

Dar aos filhos tudo o que eles pedem contribui para se transformarem em adultos relapsos com o dinheiro, o planejamento de objetivos e a disposição de lutar por eles.


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3 – Não sobrecarregar os filhos com atividades extracurriculares

Além do custo alto para a família, preencher a agenda das crianças com diversas atividades paralelas à escola poderá causar-lhes enorme privação da infância e prejudicar seu desenvolvimento.

Pais não deveriam transferir para os filhos seus próprios projetos de vida. É saudável envolver crianças em práticas esportivas, aprendizado de habilidades musicais ou físicas ou idiomas estrangeiros. Contudo, é preciso cautela para não transformar crianças em vítimas do desejo dos seus pais que sonham em fazê-las campeãs ou gênios precoces em alguma atividade.

A infância precisa ser respeitada enquanto tempo sagrado para aprendizagem lúdica, habilidades sociais e desenvolvimento da personalidade. Assim, é preocupante a conduta de alguns pais que obrigam seus filhos a fazerem diversas atividades paralelas para se tornarem mais competitivos no mercado de trabalho.

Crianças devem ter o direito de escolher e fazer atividades livres que mais gostam. Elas podem manifestar interesse por alguma atividade na qual desejem desenvolver seus talentos.

Pais precisam ficar atentos aos sinais dos filhos sobre preferências específicas. Em alguns casos será preciso esperar mais tempo até a criança crescer e ter maior aptidão para fazer certas atividades. Nem sempre começar muito cedo é vantajoso, pois a criança poderá desistir.

O investimento em cursos de idiomas estrangeiros, instrumentos musicais, esportes ou hobbies é recomendado desde que as crianças não fiquem sobrecarregadas ao extremo. Seu tempo de estudar, brincar e relacionar com familiares deve ser respeitado.

Evidentemente, o custo financeiro dessas atividades paralelas é significativo e precisa ser bem analisado antes de ser incluído no orçamento da família.

Caso contrário, além de comprometer o orçamento familiar, os pais estarão contribuindo para que seus filhos sejam adultos frustrados e problemáticos.

Recomendação final do GEDAF

Educar os filhos sobre o orçamento familiar, respeitar seu tempo de infância e promover lazer agradável com a família.


Fonte:

AZEVEDO, Rone Antônio. Dicas Financeiras GEDAF, publicado em 10/05/2020. GEDAF: 2020. Proibida reprodução sem citação completa do artigo.

Leia também:

Dicas Financeiras GEDAF #01 Troca de Celular

Escola GEDAF oferece o curso online e gratuito Energias Verdes

maio 3, 2020

Escola GEDAF oferece o curso online e gratuito Energias Verdes 2020 com certificado de conclusão.

Esse programa de aperfeiçoamento possui 30 (trinta) horas de conteúdos sobre sustentabilidade e impactos econômicos das Energias Verdes.

As atividades de aprendizagem serão todas realizadas à distância e os recursos estão disponíveis no site da Escola GEDAF.

Estudo dirigido com apoio de recursos audiovisuais e leitura de textos, supervisionados por tutor especialista.

Será emitido certificado para os alunos que completarem todas as atividades do curso.

Metodologia e acompanhamento pedagógico

Tutor com formação em Engenharia e Finanças, especialista em segurança e avaliação de viabilidade técnica de empreendimentos.

Aprendizagem através de metodologias inovadoras, incluindo games (jogos) interativos de avaliação e estudo dirigido.

Material didático

Serão fornecidas apostilas e publicações técnicas em formato digital para serem baixadas pelos alunos.

Vídeos expositivos sobre as Energias Verdes.

Bônus

O curso também possui atividade prática com supervisão do tutor. Essa prática acrescenta mais 12 (doze) horas ao certificado.

Requisitos para candidatos

  • Ensino Médio completo
  • Computador ou celular com acesso à internet
  • Dedicação e participação nas atividades na plataforma da Escola GEDAF

Inscrições

As inscrições no curso online Energias Verdes 2020 são realizadas na Escola GEDAF – clique aqui para acessar.

O acesso ao ambiente virtual de ensino será liberado após a validação da inscrição.

As inscrições são gratuitas e estão abertas até 20 de junho de 2020.

Vagas limitadas.

Apoio na divulgação

O GEDAF agradece a divulgação do curso Energias Verdes para todos interessados, solicitando transmitir o link desta postagem para contatos e redes sociais.

O tema Energias Verdes é muito importante e o curso traz ótimas referências para engajamento nesse movimento em prol da sustentabilidade ambiental.

Documentário Planeta dos Humanos critica energia verde e faz alerta ambiental

abril 27, 2020

Michael Moore, cineasta e escritor norte-americano, lançou o documentário “Planeta dos Humanos”. Nesse novo trabalho, Moore desmistifica as “ilusões verdes” apoiadas por grandes corporações e políticos para utilização de turbinas eólicas, energia solar, carros elétricos e biomassa em substituição aos combustíveis fósseis.

O documentário retrata a proliferação de usinas de gás natural e biomassa. Nos EUA e Europa, novas usinas a gás natural, combustível fóssil associado à extração do petróleo, estão sendo construídas ao lado de antigas plantas que processavam o carvão mineral. As usinas de biomassa, por sua vez, geram energia através da queima de madeira triturada. Contudo, o impacto ambiental dessas soluções é muito grande.

As fontes eólica e solar são questionadas quanto a sua eficiência e materiais fabricados com combustíveis fósseis. Geradores eólicos demandam grandes estruturas de aço e concreto instaladas em áreas montanhosas. Painéis de geração solar são produzidos com materiais obtidos na mineração de quartzo e carvão de elevada pureza. Esses sistemas possuem vida útil inferior a 20 anos.

As baterias utilizadas em veículos elétricos e celulares demandam mineração de lítio, cobre, cádmio e outros metais encontrados em terras raras. Diversas áreas de países em desenvolvimento são degradadas pela mineração, expondo trabalhadores e crianças a substâncias químicas perigosas à saúde.

Moore entrevista pesquisadores e cientistas, representantes de movimentos ambientais e pessoas nas cidades dos EUA onde foram instaladas usinas de energia verde. O documentário apresenta muitos dados e animações para entender o aumento exponencial do consumo de energia nas últimas décadas e a evolução das energias verdes.

A civilização humana sempre acreditou no poder da tecnologia para se desenvolver até o próximo degrau da evolução, consumindo cada vez mais recursos que resultam em novos dilemas morais e éticos. Persiste, entretanto, o problema de escala de população versus limitação de recursos naturais para atender as demandas crescentes.

Resumo do filme

  • Título: Planet of the Humans (Planeta dos Humanos)
  • Duração: 1 h 40 min
  • Origem e lançamento: EUA, lançado em 20.04.2020
  • Classificação: documentário sobre economia
  • Produtor: Michael Moore
  • Direção: Jeff Gibbs

O documentário “Planeta dos Humanos” está disponível gratuitamente no canal YouTube, com legendas em inglês ou tradução automática para o português.

https://www.youtube.com/watch?v=VKNTrFKju3g&t=122s


Avaliação do GEDAF (escalas 0 a 10) para o documentário Planeta dos Humanos

  • Roteiro: 9,0
  • Interpretação: 8,0
  • Fotografia (cenário, figurino, direção de arte e fotografia): 8,0
  • Direção: 9,0
  • Entretenimento: 9,0 (conscientização ambiental)
  • Nota Final: 8,6

Planeta dos Humanos revela muitas contradições sobre a energia verde e o próprio movimento ambientalista que cresceu nas últimas décadas. Líderes ambientalistas defendem que é possível ser mais sustentável utilizando as novas energias em substituição aos combustíveis fósseis como petróleo e carvão.

Contudo, as energias verdes têm grande impacto no meio ambiente e são dependentes de recursos minerais e materiais tradicionais – aço, alumínio, concreto, carvão -, extraídos ou processados industrialmente com uso de combustíveis fósseis.

As novas energias demandam processos industriais complexos que geram grande quantidade de resíduos tóxicos lançados na atmosfera, na água e no solo. Placas solares, por exemplo, não são fabricadas com areia comum, ao contrário do que muitos pensam.

Gasta-se mais energia nesse ciclo do que o retorno obtido com a geração de energia propriamente dita pelas fontes solares, eólicas e biomassa. Essa é a principal incoerência apontada.

A matriz energética da Alemanha também é apontada como pouco sustentável, apesar de sua liderança em tecnologias ambientais. A energia gerada na Alemanha depende em mais de 95% dos combustíveis fósseis, incluindo o carvão, o petróleo, e o gás natural fornecido pela Rússia e EUA.

A sustentabilidade da indústria de veículos elétricos também é colocada em dúvida, pois a recarga das baterias em tomadas alimentadas pela rede pública de energia implica indiretamente na participação de combustíveis fósseis para a sua geração.

Moore revela sua frustração com o movimento ambiental. O show “Dia da Terra”, evento importante dos defensores do meio ambiente, é realizado com energia de grupos geradores a diesel, pois as placas solares instaladas nesses locais não têm potência suficiente para os equipamentos instalados.

Grupos financeiros apoiam as energias verdes, aportando fundos em grandes projetos de energia de biomassa, eólica e solar. O documentário expõe as contradições entre o discurso pró-ambiental e os negócios do empresário Al Gore, ex-presidente dos EUA na gestão Bill Clinton, autor do premiado filme “Uma Verdade Inconveniente” no qual ele denunciou as mudanças climáticas.

Gore e vários famosos estão “pegando carona” no negócio da energia verde. Há a “corrida ao ouro” por grandes investimentos no mercado de novas energias, muitos interesses de grandes corporações industriais e financeiras.

O documentário mostra a insatisfação e apreensão da população nos locais onde foram construídas ou serão implantados parques eólicos e solares ou usinas de biomassa. Em determinada cena, a equipe de filmagem de Moore é ameaçada pelo capataz da planta de biomassa, sendo obrigada a se retirar.

O Brasil foi mostrado como importante fornecedor de madeira e recursos minerais. Há cenas contundentes do desmatamento de florestas na Amazônia, invasão de terras indígenas e destruição do habitat de animais selvagens.

Reflexões sobre o futuro da civilização humana

O documentário estimula a reflexão sobre a sustentabilidade, muito além de rotular energias como sujas ou verdes. É preciso reduzir o consumo esbanjador de energia da civilização moderna.

Apesar de a espécie humana ter alcançado elevado nível de desenvolvimento científico e tecnológico, sua sobrevivência e perpetuação estão em risco. A destruição em escala global dos recursos naturais e da vida animal são inaceitáveis. Não há recursos suficientes no planeta para acompanhar o padrão de consumo e as energias verdes não serão a solução desse problema.

Gostando ou não das polêmicas de Moore, este documentário invoca maior conscientização sobre a importância de repensar hábitos de consumo e a perpetuação da vida no planeta. Também acende a luz vermelha para a energia verde, mostrando que ela não é tão milagrosa ou inocente como tem sido propalada por seus defensores.

Segundo Moore, a linha de equilíbrio do planeta já foi cruzada há muito tempo, sendo urgente adotar novos modelos de desenvolvimento sustentável para preservar a vida humana e a natureza.

__________

Crédito: GEDAF Finanças e Empreendedores, publicado em 26.04.2020, por Rone Antônio de Azevedo. Todos os direitos reservados, reprodução permitida, com citação da fonte.

AZEVEDO, Rone Antônio de. GEDAF Finanças e Empreendedores. Documentário “Planeta dos Humanos” desfaz as ilusões da energia verde e alerta sobre crise ambiental. GEDAF Finanças e Empreendedores, 2020.

Leia outras matérias sobre sustentabilidade: clique aqui.

Tiradentes e o martírio atual dos brasileiros no tempo de pandemia

abril 21, 2020

Hoje, comemora-se o Dia de Tiradentes, em homenagem a Joaquim José da Silva Xavier, enforcado em 21 de abril de 1792 por liderar o movimento da Inconfidência Mineira.

A história e o legado da Inconfidência Mineira

No século XVIII, Portugal cobrava tributos dos proprietários de terras sobre o ouro e outros minerais extraídos na colônia brasileira. Esse imposto incidia sobre os minérios encontrados, sendo denominado por “quinto”, em função de sua alíquota de 20%.

Porém, o quinto não era pago integralmente. Isso levou a coroa portuguesa a implantar a “derrama”, novo imposto que tinha por objetivo compensar perdas com a arrecadação do quinto. Esses impostos deveriam ser pagos pelos proprietários de terras, chamados de “homens-bons”.

No entanto, os “homens-bons” geralmente adiavam e renegociavam o pagamento do quinto e da derrama, graças aos seus contatos com influentes políticos locais.

Vila Rica, atual Ouro Preto, era a capital das Minas Gerais na época colonial. Ela se transformou na maior cidade brasileira e o principal centro econômico da América sob domínio português. Contudo, a corrupção dos governantes da capitania das Minas Gerais e a insatisfação de parte da elite local diante da exploração portuguesa desencadeou a Inconfidência Mineira.

Esse movimento separatista pretendia tornar Minas Gerais um país independente de Portugal, com sistema republicano de governo. Os inconfidentes desenharam a nova bandeira para o Brasil,  composta por um triangulo vermelho em fundo branco com a inscrição em latim: Libertas Quae Sera Tamen (Liberdade ainda que Tardia).

Bandeira oficial de Minas Gerais, desde 1963: Liberdade ainda que Tardia

Bandeira oficial de Minas Gerais, desde 1963: Liberdade ainda que Tardia

Os idealizadores do movimento foram inspirados pelo iluminismo francês e a recente independência dos Estados Unidos da América, proclamada em 1776. Contudo, a conspiração foi descoberta e desfeita em 1789 devido à traição de Joaquim Silvério dos Reis. Ele denunciou os inconfidentes em troca do perdão das suas dívidas com a coroa portuguesa.

Entre os presos, estava o alferes Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes em função do seu ofício de dentista. Ele assumiu sozinho a chefia do movimento e foi condenado à forca, sendo executado em 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro. Tiradentes morreu aos 46 anos, era solteiro e deixou uma filha.

Tiradentes foi empreendedor e militar

Tiradentes (1746-1792) também foi empreendedor bem sucedido e fez carreira militar. Os pais de Tiradentes tiveram morte prematura e sua família perdeu as propriedades por dívidas. Órfão aos 11 anos de idade, ele foi acolhido por seu tio Sebastião Ferreira Leitão, cirurgião dentista.

Tiradentes aprendeu o ofício da mineração e tornou-se técnico prático em levantamento e exploração de terrenos.  Trabalhou muitos anos como mascate, construiu armazéns e abriu parte da estrada que ligava as cidades de Vila Rica e Rio de Janeiro. Foi sócio em botica de assistência à pobreza em Vila Rica e se dedicou também às práticas farmacêuticas.

Em 1775, aos 18 anos, alistou-se no posto de alferes, no Regimento de Dragões de Minas Gerais, equivalente à Polícia Montada dos dias atuais. Serviu nas forças de defesa contra possível invasão espanhola e, no ano de 1780, esteve em Sete Lagoas, em Minas Gerais, como comandante do destacamento local encarregado da guarda da entrada do Vale Médio do Rio São Francisco.

No Brasil, após a queda da monarquia, Tiradentes foi reconhecido como “mártir da Inconfidência Mineira”. A data da morte de Tiradentes foi decretada feriado nacional pelo governo brasileiro em 1965, recebendo também o título oficial de Patrono Cívico da Nação Brasileira.

O martírio dos brasileiros continua com os impostos e juros elevados

Os ideais de liberdade econômica e independência foram os principais legados da Inconfidência Mineira à jovem nação brasileira no século XVIII.

Nos séculos seguintes, o Brasil se tornaria um país com enorme desigualdade social, severas restrições à atividade econômica e pesada carga tributária.

O Brasil está entre os países com a carga tributária mais alta do mundo, dificultando a vida dos empreendedores com enorme burocracia e regras de tributação esdrúxulas, serviços públicos precários, além da concentração de renda que funciona como barreira à inclusão das camadas mais pobres ao mercado consumidor.

A carga tributária do Brasil atingiu o máximo histórico de 35,07% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018, o equivalente a R$ 2,39 trilhões. Em média, cada brasileiro recolheu R$ 11.380,00 em impostos e precisou trabalhar cerca de 128 dias exclusivamente para essa finalidade. O brasileiro trabalha cada vez mais para sustentar seu governo!

Trocou-se a exploração da dinastia real portuguesa por um Estado ineficiente e enorme sugador de recursos, incapaz de promover as transformações necessárias para o desenvolvimento econômico e social. Desde a época do barão de Mauá, os governantes brasileiros ainda não apoiaram o empreendedorismo como política social.

Segundo levantamento do governo federal em 2019, o “custo Brasil” consome das empresas aproximadamente R$ 1,5 trilhão, correspondendo a 22% do PIB nacional. Esse custo é resultado do conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que encarecem e comprometem novos investimentos e pioram o ambiente de negócios – clique aqui para saber mais.

Juros para empreendedores ainda são muito elevados

Outra questão muito preocupante no Brasil são os juros bancários abusivos que oneram as empresas e os cidadãos comuns em dificuldade financeira. Exemplo disso é a nova regulamentação do Banco Central sobre o cheque especial no Brasil, cuja taxa de juros dessa linha de crédito é 152% ao ano.

E, mesmo após a pandemia do coronavírus e paralisação da economia mundial, os juros no Brasil ainda continuam elevados, especialmente quando comparados aos indicadores básicos da economia: Selic igual a 3,75% ao ano; inflação oficial acumulada nos últimos 12 meses, medida pelo IPCA, 3,30% ao ano.

Em 20.04.2020, o governo federal anunciou o programa de crédito emergencial de amparo às pequenas e micro empresas brasileiras, através de parceria entre a Caixa Econômica Federal e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Denominado por Fundo de Aval para as Micro e Pequenas Empresas (FAMPE), oferece crédito aos empreendedores que não possuem todas as garantias necessárias para conseguir financiamento, limitadas ao teto de 80% da operação contratada – clique aqui para saber mais.

O FAMPE é destinado às empresas dos setores industrial, comércio e serviços, conforme o faturamento anual, enquadradas nos seguintes grupos: MEI – Microempreendedores individuais (até R$ 81 mil); ME – Microempresas (até R$ 360 mil); e EPP – Empresas de Pequeno Porte (R$ 360 mil a R$ 4,8 milhões).

O programa FAMPE estabeleceu os seguintes limites de valores e taxas de juros para concessão de crédito:

Características do FAMPE e simulação de juros equivalentes GEDAF

Fone: GEDAF Assessoria Financeira, 2020.

Nas simulações financeiras (mostradas na cor laranja no Quadro 2) para os valores e prazos máximos permitidos no programa, o GEDAF verificou que as taxas de juros cobradas são elevadas, mesmo considerando a carência financeira inicial entre 9 a 12 meses para iniciar o pagamento dos juros.

A partir da taxa de juros mensal do programa, foram calculadas as taxas de juro equivalentes, resultando em 15,25% e 20,84% ao ano. Considerando o prazo máximo de amortização permitido para cada porte de empresa, entre 24 a 36 meses, as taxas de juro equivalentes obtidas estão entre 46,02% a 53,09% por período.

Na condição de amortização pelo prazo máximo, cerca de metade do valor emprestado às empresas será pago ao banco a título de juros, acrescido da devolução do montante original liberado.

Evidentemente, essa solução financeira precisa ser muito bem refletida pelos empreendedores, pois a receita da empresa deverá ser suficiente para cobrir os custos diretos e indiretos, incluindo os juros cobrados. E, considerando as previsões de lenta recuperação do PIB do Brasil para os próximos anos, a situação do empreendedor poderá ficar bastante desconfortável.

Surpreende o valor das taxas cobradas neste momento tão difícil para os empreendedores, quando há países que oferecem taxas próximo de 0 (zero) ou até mesmo negativas. O governo federal tem instrumentos e poderes para ofertar linhas de crédito mais baratas através dos bancos públicos diretamente por ele controlados – Banco do Brasil, BNDES, e Caixa.

É essencial promover acesso ao crédito com taxas módicas e verdadeiramente acessíveis, caso contrário os empreendedores continuarão asfixiados.

Entre as frases memoráveis de Tiradentes, o editorial GEDAF escolheu uma delas para inspirar autoridades e agentes financeiros a baixarem ainda mais as taxas de juros:

“Se todos quisermos, poderemos fazer deste país uma grande nação. Vamos fazê-la.” 

Crédito: GEDAF Finanças e Empreendedores, publicado em 21/04/2020. Simulações realizadas pelo analista Rone Antônio de Azevedo. Reprodução permitida com citação do autor do artigo.

 

Referências

ASSOCIAÇÃO DOS OFICIAIS POLICIAIS E BOMBEIROS MILITARES DO ESTADO DO PARANÁ (ASSOFEPAR). 21 de abril: dia de Tiradentes, patrono da Polícia Militar. 2017. Disponível em: https://www.assofepar.org.br/21-de-abril-dia-de-tiradentes-patrono-da-policia-militar-168. Acesso em: 20 abr. 2020

BLOG AULA DE HISTÓRIA NA WEB. A Inconfidência Mineira. 2016. Disponível em: http://auladehistorianaweb.blogspot.com/2016/12/a-inconfidencia-mineira.html. Acesso em: 20 abr. 2020

POLÍCIA MILITAR DE MATO GROSSO. Patrono das Polícias Militares: Joaquim José da Silva Xavier. 2020. Disponível em: http://www.pm.mt.gov.br/patrono-da-policia. Acesso em: 20 abr. 2020

SILVA, Daniel Neves. Inconfidência Mineira. Brasil Escola, 2020. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/inconfidencia-mineira.htm. Acesso em: 20 abr. 2020

WIKIPEDIA. Tiradentes. 2020. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tiradentes. Acesso em: 20 abr. 2020

Dicas Financeiras GEDAF #01 Troca de Celular

abril 20, 2020

Você costuma trocar seu aparelho celular quando é lançada nova versão com mais recursos?

Agradecemos se puder responder nossa enquete sobre hábitos de consumo dos leitores do site GEDAF.

[socialpoll id=”2629019″]

Dicas Financeiras do GEDAF analisou o hábito de consumo da troca de aparelho celular com maior frequência.

O GEDAF fez simulações financeiras e concluiu que esse hábito pode custar muito dinheiro para o consumidor.

A análise financeira apresentada neste artigo é baseada em dados reais do programa assistido de finanças*, cliente designada pelo nome fictício Rose.

1 – Descrição do estudo de caso

Os três aparelhos celulares novos (A1, A2, A3) foram adquiridos em 2017, 2018 e início de 2020, sendo todos modelos da linha superior de grande marca no mercado.

Após anunciar, Rose conseguiu revender seus dois celulares mais antigos em 2019 (A1) e 2020 (A2), abatendo parcialmente os custos de aquisição.

As datas e valores de compra e revenda dos aparelhos são mostrados na coluna “Valor Corrente” do Quadro 1, abaixo.

Quadro 1 – Histórico de troca de aparelhos celulares

Comparativo hábitos de consumo troca de celular (GEDAF, 2020)

Comparativo hábitos de consumo (GEDAF, 2020)

Portanto, no período de três anos, Rose desembolsou o total de R$ 7.479,00 (valor negativo), em valores correntes ou brutos.

Abatido o atual aparelho celular de Rose (A3), haveria o prejuízo acumulado de R$ 3.379,00, saldo residual em 19/04/2020.

Isso demonstra que mesmo revendendo os aparelhos antigos, Rose teria que arcar com essa diferença acumulada nas sucessivas trocas.

2 – Investimento nos celulares com valor corrigido

Para apurar o saldo residual corrigido, o GEDAF realizou a simulação considerando a correção monetária pelo índice DI (Depósito Interbancário).

Esse índice é utilizado como referência de rentabilidade para fundos de renda fixa baseados no CDI, títulos negociados entre bancos.

Verificando a coluna”Valor Corrigido” no Quadro 1, Rose teria, efetivamente, desembolsado R$ 8.510,00 (negativo) mas sucessivas trocas.

Descontando, então, o valor desembolsado no atual aparelho celular (A3), Rose acumulou o prejuízo de R$ 4.421,66, devidamente atualizado pelo DI.

Assim, existe a diferença de R$ 1.042,66 entre os saldos residuais corrente e corrigido, representando perda financeira de 30,9%.


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3 – Simulação financeira com troca de celular a cada três anos

Para fins de comparação, foi realizada nova simulação considerando, dessa vez, a troca de aparelho somente após três anos de uso (A1 e A3).

Os resultados da simulação com aplicação de 98% do índice DI são mostrados no Quadro 2, abaixo:

Quadro 2 – Opção de troca de aparelhos celulares a cada três anos

Comparativo hábitos de consumo troca de celular (GEDAF, 2020)

Comparativo hábitos de consumo (GEDAF, 2020)

Descontando o atual aparelho celular (A3), Rose teria acumulado o prejuízo de R$ 2.563,70, corrigido pelo índice DI.

Assim, na segunda opção, há a diferença de R$ 763,70 entre os saldos residuais corrente e corrigido, perda financeira de 42,4%.

4 – Conclusão e Recomendações

O estudo de caso do GEDAF aplicado à situação real de troca anual de aparelhos celulares demonstrou que esse hábito gera prejuízo significativo.

Na opção de troca de celular a cada três anos, a perda financeira foi reduzida de R$ 4.421,66 para R$ 2.563,70, economia de 40%.

Os aparelhos avaliados neste estudo são da linha superior do mesmo fabricante, considerados os melhores da sua categoria quando foram lançados.

Mesmo quando o usuário revende seus aparelhos antigos, não consegue abater os custos de aquisição dos novos aparelhos.

Celulares, assim como os demais dispositivos eletrônicos, sofrem grande desvalorização após mais de um ano em utilização.

O estudo foi realizado com o índice DI, mas simulações com outros indicadores obtiveram resultados próximos na comparação entre opções.

A recomendação final desta dica financeira do GEDAF é:

Evitar a troca contínua de aparelhos celulares, verificando sempre se novos recursos tecnológicos são realmente necessários.


Fonte:

GEDAF Finanças e Empreendedores, publicado em 20/04/2020. Simulações realizadas pelo analista financeiro Rone Antônio de Azevedo. Proibida reprodução sem citação completa do artigo.

Mensagem do GEDAF para a Páscoa 2020

abril 12, 2020

Mensagem do GEDAF para a Páscoa 2020 destaca a importância da esperança, união e solidariedade no enfrentamento da pandemia do coronavírus.

Caríssimos,

Neste ano, a Páscoa ocorrerá no cenário de enfrentamento da pandemia do coronavírus que atingiu direta e indiretamente grande parte da humanidade.

Levantamento Casos Globais Covid-19 - Johns Hopkins University (JHU)

Levantamento Casos Globais Covid-19 – Johns Hopkins University (JHU)

Lamentavelmente, de 22 de janeiro a 10 abril de 2020, mais de 108 mil vidas foram perdidas ao desenvolverem a doença Covid-19 causada por esse novo vírus.

O pânico, o medo e a incerteza sobre o futuro dominam as preocupações de populações e governantes dos diversos países no mundo.

Nem mesmo os países desenvolvidos que possuem mais recursos e centros de referência em ciência conseguiram encontrar a cura para a nova doença.

Governos de diferentes ideologias estão sendo obrigados a adotar medidas rigorosas de isolamento social, restrição de atividades econômicas, proteção e assistência social.

Muitas pessoas angustiadas entram em desespero nessa situação de confinamento e suspensão das atividades, perdendo a esperança em dias melhores.

Contudo, não devemos jamais perder a fé e deixar de acreditar na solidariedade e amor ao próximo que se fazem presentes na dedicação dos profissionais da saúde, cientistas, e demais trabalhadores que permanecem produzido bens e serviços essenciais à sociedade.

Os bens materiais e as finanças podem ser recuperados após a crise, enquanto a perda de vidas humanas não é possível reverter.

A Páscoa é o convite a acreditar que Cristo morreu crucificado e libertou a humanidade de seus pecados, transformando a dura realidade daquele mundo em sua época.

Enquanto cristãos, devemos acreditar na transformação e renovação do mundo pelo bem, por piores que sejam as condições existentes.

O exemplo de Cristo e sua vitória sobre a morte são os lumiares que devem brilhar neste cenário desolador e memória das vítimas.

Cristo ressuscitado revelou a possibilidade da vida nova abundante e plena, transformando o significado da existência humana.

São mistérios que transcendem nosso entendimento moldado no materialismo.

A simbologia da Páscoa utiliza a imagem do coelho e dos ovos, cujo significado é a vida que se renova e multiplica.

Que esta Páscoa proporcione o renascimento dos seus sonhos, multiplicando sua alegria e renovando sua disposição para a Nova Vida.

Feliz Páscoa!

Votos do Organizador GEDAF

Pesquisa comprova que menos de 1% dos day-traders persistentes obteve lucros

janeiro 25, 2020

Pesquisa revelou que a probabilidade de obter lucros em sucessivas operações day-trading (negócios diários com ativos financeiros) é extremamente baixa. Analisando os resultados de 20 mil operadores day-traders brasileiros persistentes, menos de 1% deles obteve lucro médio diário em mais de 250 pregões realizados entre 2012 e 2017.

Day-traders são operadores ou investidores que, diariamente, compram e vendem os mesmos ativos financeiros, em igual quantidade. Seu objetivo é obter ganhos imediatos e cumulativos nessas operações de curtíssimo prazo, sujeitas à grande volatilidade do mercado de capitais e riscos.

A pesquisa foi encomendada pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM, órgão regulador e fiscalizador do mercado de capitais. Os resultados foram divulgados em março de 2019 no artigo “É possível viver de day-trading?”, elaborado por Fernando Chague e Bruno Giovannetti, professores da Fundação Getúlio Vargas – FGV de São Paulo.

Nos últimos cinco anos houve aumento expressivo do número de pessoas físicas que realizam o day-trading como principal atividade profissional no Brasil. No entanto, faltam informações públicas confiáveis sobre o retorno para aqueles que entram nesse mercado.

Metodologia e resultados

Para superar essa limitação, os pesquisadores acessaram as informações no banco de dados disponibilizado pela CVM sobre as atividades completas entre 2012 e 2017 para todos day-traders qualificados como pessoas físicas.

A análise dos dados se concentrou nos contratos de mini índice e mini dólar, o principal tipo de operação day-trading realizada no Brasil por pessoas físicas.

Os pesquisadores notaram “[…] fortes evidências de que não faz sentido, ao menos econômico, tentar viver de day-trading“. Para comprovar essa hipótese, eles analisaram o desempenho de 19.696 operadores que começaram a fazer day-trade em mini índice de 2013 a 2015, separando-os em dois grupos:

  • Grupo 1: Desistentes (92,1%): a maioria, 18.138 pessoas que desistiram gradualmente de operar, negociando em até 300 pregões.
  • Grupo 2: Persistentes (7,9%): 1.558 pessoas que negociaram em mais de 300 pregões, aquelas que de fato vivem de day-trading.

Entre os day-traders persistentes, 1.415 pessoas (91% do grupo 2) sofreram prejuízo, enquanto 143 pessoas (9% do grupo 2) obtiveram lucro em mais de 300 pregões. Apenas 13 (treze) pessoas, menos de 1% dos persistentes, conseguiram lucro médio diário superior a R$ 300,00 (trezentos reais).

Esse lucro diário equivale à remuneração mensal de R$ 6.000,00 (seis mil reais), considerando 20 dias úteis com pregões na bolsa. Desse modo, na amostra com quase 20 mil pessoas, apenas 13 day-traders conseguiram obter o equivalente à renda mensal superior a R$ 6 mil durante mais de 15 meses (300 pregões divididos por 20 pregões/mês).

Probabilidade de 0,08% para renda superior a R$ 300,00 ao dia

Os pesquisadores também testaram se haveria mudanças no grupo de persistentes nas operações day-trading, caso o número mínimo de pregões fosse reduzido de 300 para 250. Mesmo assim, os resultados não variaram significativamente.

Aplicando esse critério aos 1.558 day-traders persistentes, constatou-se que 1.367 pessoas tiveram prejuízo (88% do grupo), enquanto 191 operadores conseguiram lucro (12% do grupo). Na verificação do lucro médio diário superior a R$ 300,00 (trezentos reais), apenas 15 pessoas teriam conseguido esse resultado (menos de 1% dos persistentes).

Assim, os day-traders que encerraram suas posições com saldo positivo representam 0,97% (menos de 1,00%) do conjunto total de operadores analisados (191 dividido por 19.696).

Os pesquisadores estabeleceram, então, que a probabilidade de alguém começar a fazer day-trade e conseguir, após o período de aprendizado, renda média diária maior do que R$ 300,00, é igual a 0,08% (15 dividido por 19.696). Isso equivale a 8 pessoas em cada dez mil operadores, sendo extremamente desfavorável nessa atividade.

No estudo, foram desconsiderados eventuais custos de corretagem, cursos de aperfeiçoamento e de tecnologia (plataformas e aplicativos).

Desempenho do day-trader tende a piorar

Chague e Giovannetti (2019) também alertaram que o desempenho dos day-traders tende a piorar à medida que persegue ganhos cumulativos no mercado.

Essa última evidência contraria a posição de muitos especialistas das corretoras de valores ao defenderem que “day-traders melhorariam com a experiência” e, portanto, deveriam persistir na atividade.

A pesquisa divulgada demonstrou que a probabilidade de operadores obterem ganhos no day-trading é extremamente baixa. Apenas a ínfima fração de 0,08% dos profissionais que atuam nessa atividade conseguiria alcançar e manter ganhos equivalentes à renda mensal de R$ 6 mil.

Os riscos de perdas financeiras e de retornos insuficientes proporcionados no day-trading não deveriam ser negligenciados pelas corretoras e a CVM.

Essa reflexão mostra a necessidade de maior conscientização e melhoria da educação financeira frente ao crescente número de pessoas que se dedicam profissionalmente ao day-trading no Brasil.


Fonte: Editorial GEDAF, baseado na referência citada.

CHAGUE, Ferando; GIOVANENETTI, Bruno. É possível viver de day-trading? São Paulo: Fundação Getúlio Vargas, 2019. Disponível em: <https://cointimes.com.br/wp-content/uploads/2019/03/Viver-de-day-trading.pdf>. Acesso em 25 jan. 2020.