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O Departamento de Justiça nos EUA indiciou em 03/05/2018 o ex-presidente da Volkswagen, Martin Winterkorn, por crimes de conspiração e fraude, devido ao seu envolvimento na manipulação de emissões dos automóveis a diesel da marca. 

“Quem tentar enganar os Estados Unidos pagará um preço alto”, afirmou o procurador-geral americano, Jeff Sessions, em um comunicado.

Desde maio de 2014 Winterkorn estava ciente que a montadora havia criado um software para adulterar os resultados de testes de emissão de gases tóxicos nos motores a diesel dos automóveis vendidos nos EUA. Porém, após reuniões na sede da empresa na Alemanha, ele e outros altos executivos decidiram manter a fraude.

Após ser notificada pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA, em setembro de 2015, a Volkswagen admitiu a fraude. Winterkorn renunciou à presidência pouco tempo depois. Na época, ele declarou que assumia a responsabilidade pelas irregularidades. Acredita-se que mais de 11 milhões de veículos foram adulterados em vários países.

O ex-presidente pode ser sentenciado a uma pena de cinco anos de prisão e multa de até 250 mil dólares pelo crime de conspiração e uma pena de até 20 anos de prisão e multa de 25 mil dólares pela acusação de fraude.

A acusação criminal contra Winterkorn comprometeu a reputação do alto escalão da Volkswagen. A empresa se declarou culpada pelas manipulações e evitou um processo mais oneroso nos EUA. Contudo, o escândalo custou à empresa mais de 30 bilhões de dólares em multas, indenizações e remediação ambiental.

Além do ex-presidente, outros oito funcionários da montadora estão sendo processados nos EUA. Dois engenheiros estão presos e se declaram culpados pelo crime de conspiração. Os outros seis acusados moram na Alemanha.

Greenwashing

O escândalo da Volkswagen por ser analisado como greenwashing (traduzida por lavagem ou maquiagem verde), prática que consiste em enganar consumidores com falsas informações sobre os impactos ambientais de produtos e serviços das empresas, gerando uma percepção equivocada de maior sustentabilidade.

A adulteração ocorreu nos motores à diesel TDI, versão EA 189 2.0 litros, que equipam os veículos da marca. Em condições normais de marcha, esses motores produzem emissão até 40 vezes maior do que o limite permitido na lei dos EUA.

A queima do diesel libera diversos gases poluentes na atmosfera, como monóxido de carbono, óxido de nitrogênio, enxofre, e outros responsáveis por doenças respiratórias que resultam na morte anual de milhares de pessoas.

Fonte: Deutsche Welle, acesso em 03/05/2018.

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