Pesquisa com 3.500 consumidores aponta mudanças no pós-pandemia

julho 20, 2020

Pesquisa com 3.500 consumidores aponta mudanças significativas de comportamento e expectativas do cliente de varejo no pós-pandemia.

A pesquisa foi realizada pela empresa Salesforce junto a consumidores na Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, Estados Unidos, França e Reino Unido. As entrevistas ocorreram em sucessivas ondas, de 1º de maio a 2 de julho de 2020.

O objetivo é compreender melhor os novos comportamentos de compra, necessidades e expectativas redefinidas nos últimos meses. A partir desse levantamento será possível estabelecer novas perspectivas para o varejo no pós-pandemia.

Devido ao impacto econômico da pandemia de Covid-19, poucos setores passam por desafios tão grandes quanto o varejo. Nesse cenário, os varejistas precisam rever suas operações para interagir com consumidores que seguem vulneráveis à infecção.

Conheça os resultados para os consumidores no Brasil, obtidos no levantamento realizado entre 14 e 15 de maio de 2020.

Varejo tradicional precisa conquistar confiança do cliente

Apesar da reabertura progressiva de negócios em algumas cidades pelo país, grande parte dos consumidores no Brasil segue cautelosa sobre compras presenciais em lojas físicas.

A pesquisa apontou que 72% dos consumidores reduziram a frequência de compra nas lojas físicas em relação ao período antes da pandemia.

Em relação às medidas para retomar o comportamento normal de compras em lojas tradicionais, os consumidores brasileiros relataram as seguintes necessidades pessoais:

  • 72% exigem Equipamento de Proteção Individual (EPI) para os colaboradores;
  • 64% esperam medidas de distanciamento social;
  • 57% demandam o uso de EPIs para os clientes da loja; e
  • 48% aguardam a disponibilidade de vacina para o Covid-19.

Os consumidores no Brasil esperam que as lojas físicas contribuam para sua proteção da seguinte forma:

  • 76% esperam que as lojas respeitem as medidas de distanciamento social;
  • 75% desejam a expansão das medidas para limpeza e sanitização do espaço;
  • 73% esperam por álcool em gel; e
  • 51% desejam horários diferenciados para grupos vulneráveis.

A pesquisa comprova que as empresas com operações em lojas físicas devem investir mais na proteção à segurança e saúde dos consumidores e trabalhadores. Esse investimento é necessário, independentemente de o varejo utilizar mais o comércio eletrônico ou testar modelos de negócio alternativos com outras formas de se conectar com os clientes.

Mudanças persistentes no comércio eletrônico

No Brasil, 90% dos consumidores confirmam que estão mais propensos a comprar online produtos essenciais mesmo depois que diminuir a ameaça da Covid-19.

Portanto, a migração dos consumidores para o comércio eletrônico deverá trazer efeitos duradouros após a pandemia.

Essa intenção de compras se reflete também nas próximas datas festivas, mediante comparação ao ano passado, sendo evidenciada pelas seguintes estatísticas:

  • 60% dizem estar mais interessados em realizar compras online do que antes;
  • 65% afirmam estar mais interessados em realizar compras por meio de aplicativos do que antes da pandemia;
  • 24% apontam que estão com mais vontade de fazer compras em lojas tradicionais do que antes.

Responsável

A Salesforce Research, divisão de pesquisa da Salesforce, faz levantamentos sobre como consumidores e a força de trabalho lida com a pandemia de Covid-19.

A pesquisa permite analisar gráficos e filtros por demografia, geografia ou tema pesquisado, incluindo Futuro do Trabalho, Experiência do Colaborador e Comércio.

Clique aqui para acessar os recursos de consulta do banco de dados.

Fonte: Salesforce Reseach, acesso em 20 jul. 2020.

FMI alerta sobre impactos econômicos de desastres ambientais

junho 1, 2020

O Fundo Monetário Internacional – FMI divulgou recente estudo sobre os impactos econômicos decorrentes de desastres ambientais e propostas para enfrentar mudanças climáticas.

A equipe técnica do FMI analisou os efeitos de cerca de 350 desastres climáticos durante 46 anos (1973 a 2018) para as economias de 68 países. Essa amostra é bastante significativa e representa 95% do PIB mundial.

O FMI concluiu que o impacto médio foi moderado, sendo constatada queda de 2% nas ações negociadas pelos bancos e 1% para todo o mercado. Em 10% dos casos, o impacto no mercado agregado foi superior a 14%, indicando que alguns desastres climáticos podem comprometer a estabilidade financeira.

No gráfico abaixo são mostrados os retornos financeiros dos mercados em situação anormal e o número de dias do desastre. Conforme o gráfico, a queda da média dos preços dos ativos (average) oscilou próximo de 2%, enquanto para os casos extremos (extreme cases), percentil 10%, houve redução entre 1% e 14%.

Gráfico Retornos Anormais para Desastres Ambientais - FMI

Gráfico Retornos Anormais para Desastres Ambientais – FMI

Danos significativos às economias mais vulneráveis

As características de cada país são importantes para dissipar os impactos econômicos dos desastres ambientais. Países com maior autonomia fiscal podem implantar resposta rápida a desastres sob a forma de ajuda financeira e programas de reconstrução.

Além disso, as economias mais desenvolvidas desenvolveram instrumentos como os seguros para compartilhamento de riscos. Os seguros reduzem ou redistribuem as perdas decorrentes de desastres e limitam o impacto nos preços das ações.

Por exemplo, em 2005, o furacão Katrina causou os danos mais significativos em termos absolutos para a amostra analisada, equivalente a 1% do PIB dos Estados Unidos. Contudo, esse evento não gerou impacto perceptível no índice de ações das bolsas nos EUA.

Comparativamente, as inundações de 2011 na Tailândia causaram os danos mais significativos proporcionalmente ao porte da economia. Houve queda de 30% no mercado de ações tailandês no período de 40 dias.

Riscos futuros

Mudanças climáticas aumentam a probabilidade e a gravidade de riscos relacionados ao clima, como inundações, ondas de calor e secas. Esses eventos afetarão o mercado financeiro com choques de maior intensidade e duração.

A avaliação dos impactos de desastres ambientais é um desafio difícil para os investidores. É necessário avaliar, baseado na ciência do clima, a probabilidade de diferentes cenários climáticos e suas implicações aos riscos para as empresas, bem como antecipar medidas de mitigação e adaptação.

Além disso, o horizonte temporal dessas mudanças pode ser ainda maior do que o que os investidores institucionais de longo prazo estão acostumados a lidar.

O FMI verificou que em 2019 não houve correlação entre o aquecimento global e as oscilações dos mercados financeiros para diferentes países. Não foram comprovadas variações projetadas relacionadas à incidência de riscos dos desastres ambientais.

Entretanto, o FMI alerta que essa aparente falta de resposta dos mercados analisados poderá ser importante fonte de risco futuro.

Aprender com a pandemia do coronavírus

A atual pandemia Covid-19 demonstrou que a preparação e a resiliência a crises são críticas para gerenciar os riscos financeiros. Eventos altamente incertos ou improváveis podem ter custos humanos e econômicos extremos.

A expansão da oferta de seguros e o fortalecimento financeiro de fundos soberanos podem diminuir o impacto de desastres climáticos e, assim, reduzir os riscos à estabilidade financeira.

O FMI recomenda o desenvolvimento de padrões globais obrigatórios de divulgação de riscos decorrentes das mudanças climáticas. É essencial ter informações detalhadas e específicas da empresa sobre exposição a riscos atuais e futuros aos choques climáticos. Essas informações auxiliariam credores, seguradoras e investidores a entenderem melhor essas vulnerabilidades.

Os testes de estresse contra as mudanças climáticas podem oferecer às instituições financeiras melhor compreensão da magnitude de suas exposições e dos riscos associados. Na última década, uma em cada cinco avaliações de programas de auxílio aos países realizadas por técnicos do FMI considerou os riscos relacionados aos desastres climáticos.

Certamente, o remédio mais eficaz é a adoção global de políticas e medidas para reduzir as emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global de maneira sustentável. Essas ações geram benefícios que vão além do escopo da estabilidade financeira.

O estudo completo do FMI foi apresentado no documento “Global Financial Stability Report: Markets in the Time of COVID-19”. O relatório poderá ser baixado livremente no site da entidade – clique aqui para acessar.


Fonte: Fundo Monetário Internacional, publicado em 29 mai 2020.

Câmara aprova linha de crédito para micro e pequenas empresas durante pandemia

abril 22, 2020

Câmara dos Deputados aprovou na sessão realizada em 22.04.2020 a proposta que concede linha de crédito especial para micro e pequenas empresas em valor proporcional a sua receita bruta no ano de 2019.

O plenário aprovou o substitutivo da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) para o Projeto de Lei 1282/20, do Senado. A deputada propôs que os empréstimos ocorram com recursos próprios dos bancos.

Em vez de a União alocar dinheiro diretamente à operação de empréstimo, como proposto pelo Senado, os bancos participantes emprestarão com recursos próprios e contarão com garantia do governo em valor global de até R$ 15,9 bilhões. Entretanto, a garantia será para somente 85% do valor emprestado. Os outros 15% não terão essa garantia.

A taxa máxima de juros a ser praticada pelos bancos será a taxa Selic (atualmente em 3,75%) mais 1,25% a título de spread bancário [1].

Destaques rejeitados

  1. PT – emenda do deputado Helder Salomão (PT-ES), que pretendia impedir a demissão sem justa causa dos empregados desde o momento da contratação do empréstimo até 60 dias após a última parcela;
  2. PSB – emenda do deputado Mauro Nazif (PSB-RO), que propunha taxa anual de 3%, prazo de 60 meses para pagar e carência de um ano para começar os pagamentos;
  3. PDT – pretendia excluir do texto a taxa do banco (spread bancário) de 1,25% ao ano;
  4. PT – emenda do deputado Helder Salomão que pretendia aumentar a carência para começar a pagar de 8 para 12 meses;
  5. PT – emenda do deputado Helder Salomão que pretendia fixar os juros do empréstimo à taxa Selic e limitá-los a 5% ao ano se a Selic aumentasse.

Proposta aprovada

PL 1282/2020 – Institui o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), para o desenvolvimento e fortalecimento dos pequenos negócios.

Autor: do Senado Federal – Jorginho Mello (PL-SC)

Relatora: Joice Hasselmann (PSL-SP)

Local: Plenário da Câmara dos Deputados, 22/04/2020

Situação: Concluída (matéria retornará ao Senado devido às mudanças feitas pela Câmara)

___________

Fonte: Agência Câmara de Notícias, publicado em 22.04.2020.

[1] Nota Técnica do Editoria GEDAF:

Essa condição é muito mais favorável aos empreendedores do que as linhas de crédito ofertadas pelos bancos, incluindo o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (FAMPE), recém lançada pela Caixa Econômica Federal. Mesmo nesse programa, as taxas anuais variam de 15,25% a 20,84%.

Saiba mais no artigo “Tiradentes e o martírio atual dos brasileiros no tempo de pandemia” – clique aqui para conferir.

Receita lança guia sobre medidas tributárias após pandemia

abril 22, 2020

Receita Federal lançou o guia “Perguntas e Respostas” sobre medidas editadas a partir de março de 2020 para reduzir o impacto econômico da pandemia do coronavírus.

O guia esclarece as diversas mudanças nos tributos a serem recolhidos por empresas e questões sobre a declaração de rendimentos das pessoas físicas.

Temas abordados no guia

1) Prorrogação do vencimento de tributos apurados por dentro no âmbito do Simples Nacional – Resolução do Comitê Gestor nº 154, de 3 de abril de 2020.

2) Redução a zero de alíquotas do IOF sobre operação de crédito – Decreto nº 10.305, em 1º de abril.

3) Redução a zero das alíquotas de IPI sobre produtos específicos – Decretos nº 10.285, de 20 de março, e nº 10.302, de 1º de abril.

4) Alteração dos prazos de entrega das declarações de ajuste anual das pessoas físicas, do espólio e de saída definitiva – Instruções Normativas nº 1930, de 1º de abril, e nº 1934, de 7 de abril.

5) Prorrogação do prazo de recolhimento de tributos federais – Portaria ME nº 139, de 3 de abril, alterada pela Portaria ME nº 150, de 7 de abril.

6) Simplificação do despacho aduaneiro de mercadorias importadas destinadas ao combate da Covid-19 – Instruções Normativa nº 1.927, de 17 de março, e nº 1.929, de 27 de março.

Acesso ao guia

O guia consolidado com esclarecimentos sobre as medidas tributárias está disponível no site da Receita Federal.

Clique aqui para acessar.

Folding at Home: computadores pessoais auxiliam pesquisadores do coronavírus

abril 11, 2020

Você tem computador e quer ajudar nas pesquisas científicas sobre o coronavírus?

Então, poderá participar do programa Folding at Home (“Dobrável em Casa”, em livre tradução do inglês).

Mesmo se você estiver em quarentena voluntária, em regime de teletrabalho ou vida normal, dentro do possível, só precisa dispor de um computador em casa ou no trabalho. E, ainda que esteja utilizando seu equipamento de informática, também poderá participar dessa iniciativa.

A iniciativa colaborativa é simples, implica em doar o poder de processamento do seu computador pessoal para ajudar pesquisadores do Covid-19 e outras doenças.

Simulações Folding@Home

O programa Folding at Home recebe ajuda colaborativa através de compartilhamento voluntário de computadores pessoais para processamento de simulações do Covid-19 e outras doenças.

Na prática, o programa de computação distribuída permite que os computadores pessoais, dos mais fracos aos mais potentes, possam contribuir para a resolução mais rápida de problemas matemáticos de investigações científicas sobre doenças.

A computação distribuída possibilita realizar simulações de ligação entre proteínas. O programa foi lançado em 1º de outubro de 2000, sendo atualmente gerido pelo departamento de Química da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, sob a supervisão do professor de bioengenharia Vijay S. Pande.

Atualmente, o programa Folding@Home reúne o consórcio de 11 universidades em vários países que usam os dados para estudar a estrutura molecular de doenças como câncer, Alzheimer, influenza e Convid-19.

A pesquisa sobre o COVID-19 começou no início de março de 2020 e o esforço colaborativo do processamento das simulações é realizado por centenas de milhares de computadores.

O vídeo abaixo apresenta parte da simulação (executada no Folding@Home) de uma proteína onde os átomos, representados por esferas, se afastam, expondo a região na qual o medicamento avaliado pode se ligar. A abertura completa ocorre no tempo 0:23 ou 23 segundos.

Instalando o programa Folding@Home no seu computador

Acesse o site do programa Folding@Home e selecione o programa compatível com a versão do sistema operacional no seu computador (Windows 32 e 64 bits, MacOS versão 10.6 ou superior, Linux 32 e 64 bits) – clique aqui.

Basta fazer download da versão adequada do programa e instalar em seu computador. A instalação e o acesso ao programa são seguros, sendo resguardada a privacidade de dados do usuário.

Após a instalação, o usuário colaborador deverá criar uma conta simples com sua identidade ou anônimo.

Folding@Home - Identificação

Folding@Home – Identificação

No painel de controle, poderá visualizar a opção “Any disease”  (“Qualquer Doença”, em livre tradução) na lista de apoio à pesquisa – opção na lista “I support research fighting” (“Eu apoio a pesquisa com recursos computacionais”, em livre tradução).

Finalizada a instalação, o computador passará a colaborar diretamente com pesquisas sobre o novo coronavírus. O usuário poderá ajustar o poder de processamento para o programa através da escala Power no painel de controle, posicionando o marcador entre as opções Light, Medium ou Full (Leve, Médio ou Pleno).

É possível interromper temporariamente o processamento clicando no botão Stop Folding (“Suspender o Processamento”).

Folding@Home - Painel de Controle

Folding@Home – Painel de Controle

Periodicamente, o programa Folding@Home enviará os dados produzidos na máquina do usuário colaborador para o servidor central.

Resultados das pesquisas Folding at Home

A contribuição da comunidade de usuários já permitiu identificar a estrutura da proteína que constitui ponto de ligação do novo coronavírus às células humanas.

Assista a entrevista com Anton Thynnel, diretor de comunicações do programa Folding at Home, na qual ele descreve o modelo colaborativo e tira dúvidas.

O GEDAF Finanças e Empreendedores apoia a iniciativa do Folding at Home e convida a todos os assinantes e usuários a instalarem o programa nos seus computadores pessoais.


Fonte: Folding at Home, acesso em 11.04.2020.