Educação Fiscal: Prêmio Nacional 2020 recebe inscrições

agosto 10, 2020

O Prêmio Nacional de Educação Fiscal 2020 receberá inscrições de projetos que contribuam para a compreensão ou disseminação dessa temática nas áreas da educação, tecnologia e jornalismo. Confira as datas ao final desta matéria.

A conscientização sobre a Educação Fiscal possibilita compreender a importância da ação coletiva cidadã na superação dos impactos da Covid-19 através da participação de escolas, comunidades, instituições, órgãos públicos e empresas.

A entidade organizadora da premiação é a Federação Brasileira das Associações de Fiscais de Tributos Estaduais – Febrafite.

Categorias do Prêmio Nacional de Educação Fiscal 2020

  • Escolas: abrange instituições de educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, públicas e privadas;
  • Instituições: abrange universidades, organizações não governamentais (ONG’s), Prefeituras e Secretarias Municipais e demais instituições públicas e privadas;
  • Imprensa: voltada a profissionais de comunicação e estudantes universitários com atuação em mídia impressa, TV, rádio ou internet, com matérias publicadas de 01/11/2019 a 30/09/2020.
  • Tecnologias: destinada a profissionais ou amadores, organizações da iniciativa pública, privada ou do terceiro setor, que desenvolvam ou financiem o desenvolvimento de aplicativos, programas e jogos para computadores ou dispositivos móveis.

Premiação

Nove trabalhos serão selecionados para premiação, da seguinte forma: três escolas, duas instituições, dois jornalistas e dois projetos de tecnologia.

Os prêmios em dinheiro variam de R$ 2 mil a 10 mil. Ao todo, serão distribuídos mais de R$ 50 mil em premiação.

A solenidade de premiação está prevista para 26 de novembro de 2020, em Belo Horizonte (MG).

Impactos da Pandemia na Premiação 2020

Mesmo neste momento em que o Brasil vive o enfrentamento da crise sanitária, a Coordenação-Geral decidiu abrir as inscrições da edição 2020. A organizadora acredita que a pandemia confirmou a importância da ação efetiva do Estado e maior solidariedade entre as pessoas.

A coordenadora desta edição, a auditora fiscal Maria Aparecida Neto Lacerda e Meloni, ressaltou que cada cidadão contribuinte é fundamental para superar os desafios impostos pela pandemia. Ela acredita que a Educação Fiscal é o caminho dessa conscientização imprescindível à nossa sobrevivência.

De acordo com Meloni, o sistema tributário é o elo entre o contrato social e a organização do Estado que permite viver coletivamente. Ele viabiliza a oferta de bens públicos, como a proteção à saúde, seja nos hospitais, nos laboratórios de pesquisa, ou na compra de medicamentos.

Dinâmica e Participações

Desde a primeira edição, em 2012, o Prêmio Nacional registrou mais de mil projetos inscritos de todo o país.

O prêmio reconhece as iniciativas de impacto social e tributário que transformam a realidade brasileira em prol do desenvolvimento econômico. Ao promover iniciativas que envolvam temáticas de Educação Fiscal, fica patente que o pagamento de tributos é benéfico para toda a sociedade.

A discussão sobre a função social dos tributos estimula a participação do cidadão no aperfeiçoamento dos instrumentos de controle público e fiscal do Estado.

A campanha deste ano é apresentada pela especialista em finanças, Nathalia Arcuri. Assista ao vídeo:

Inscrições do Prêmio Nacional de Educação Fiscal 2020

A inscrição será realizada em formulário eletrônico disponível no site www.premioeducacaofiscal.org.br, no qual devem ser informados o descritivo do projeto e contatos de cada iniciativa.

As datas de inscrição para as diferentes categorias são as seguintes:

  • Escolas e Instituições: 01 de junho a 15 de agosto de 2020.
  • Tecnologia e Imprensa: 01 de junho a 30 de setembro de 2020.

As informações estão disponíveis no Regulamento do Prêmio Nacional de Educação Fiscal 2020 – clique aqui.

Fonte: Tesouro Nacional, acesso em 08 ago. 2020

Dicas Financeiras GEDAF #02 Educação dos Filhos

maio 10, 2020

Dicas Financeiras GEDAF #02 oferece orientações sobre a educação dos filhos.

Nesta data especial, o GEDAF cumprimenta as Mães! Parabéns por se dedicarem ao Sucesso dos seus filhos!

Gostamos muito de ajudar as mães na sua principal missão de educar e cuidar bem dos filhos.

Por isso, compartilhamos este informativo especialmente em homenagem a elas.

1 – Evitar gastos com festas sofisticadas e viagens especiais para crianças pequenas

Festas bem produzidas em ambientes sofisticados para comemorar o aniversário de crianças pequenas costumam ter custo bastante elevado. Geralmente, exigem muita dedicação dos pais para sua organização e divulgação.

Contudo, essas comemorações impactam muito pouco no desenvolvimento e nas boas recordações das crianças com pouca idade. Estudos da Psicologia demonstram que é bastante reduzida nossa capacidade de reter memórias de experiências específicas até os 3 anos de idade, razão pela qual essa ausência é denominada amnésia infantil.

A recomendação também pode ser estendida ao planejamento de viagens caras aos parques temáticos da Disney ou outros lugares especiais no exterior.

Assim, os pais devem evitar gastos com eventos e passeios nos quais as crianças não lembrarão quando se tornarem adultas ou terão pouco impacto em seu desenvolvimento.

É preferível investir em momentos de lazer simples e agradáveis junto da família, pois trarão maior alegria às crianças. Exceto os casos em que esses eventos reflitam o desejo ou necessidade dos pais em apresentar a criança ao grupo social, o ideal é fazer essas comemorações ou viagens após os 3 anos.

2 – Recusar pedidos de crianças para atender seus caprichos

É natural crianças fazerem pedidos aos pais quando a família vai às compras. Contudo, os pais devem recusar, exceto se houver real necessidade e não comprometer o orçamento familiar.

A pior abordagem dos pais é agradar os filhos sob o pretexto de “dar aquilo que não teve na sua infância”. Pais não devem se sentir culpados ao recusarem os pedidos, evitando compensar dificuldades financeiras no passado. Faz parte do seu papel educador dizer “Não”.

Infelizmente, a conduta omissa de vários pais deixa seus filhos com a expectativa de sempre serem atendidos. Mais tarde, esse mau costume poderá levá-los a se tonarem adultos incapazes de lidar com as rejeições.

A boa educação financeira das crianças orienta a valorizar o dinheiro dos pais, evitar compras desnecessárias e planejar gastos conforme o orçamento da família.

Não é recomendado levar crianças pequenas a supermercados e lojas, pois podem constranger com seu choro ou birra. A partir dos 5 anos, as crianças podem ser convidadas pelos pais desde que participem na elaboração da lista de compras.

É importante envolver as crianças nesse processo para perceberem os produtos essenciais e supérfluos às necessidades da família. Pais podem permitir sugestões de itens para compra, tais como biscoitos, doces e brinquedos, mas sempre dentro do orçamento fixado.

No local de compras, caso a criança peça produtos fora da lista combinada, os pais devem ser enérgicos ao negarem, mantendo-se fiéis ao planejado. Essa disciplina é fundamental para a criança entender a importância do orçamento.

Deve-se também evitar presentear fora das datas especiais: aniversário, Dia das Crianças e Natal. É preciso ensinar as crianças a suportarem a espera, mantendo a expectativa.

Dar aos filhos tudo o que eles pedem contribui para se transformarem em adultos relapsos com o dinheiro, o planejamento de objetivos e a disposição de lutar por eles.


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3 – Não sobrecarregar os filhos com atividades extracurriculares

Além do custo alto para a família, preencher a agenda das crianças com diversas atividades paralelas à escola poderá causar-lhes enorme privação da infância e prejudicar seu desenvolvimento.

Pais não deveriam transferir para os filhos seus próprios projetos de vida. É saudável envolver crianças em práticas esportivas, aprendizado de habilidades musicais ou físicas ou idiomas estrangeiros. Contudo, é preciso cautela para não transformar crianças em vítimas do desejo dos seus pais que sonham em fazê-las campeãs ou gênios precoces em alguma atividade.

A infância precisa ser respeitada enquanto tempo sagrado para aprendizagem lúdica, habilidades sociais e desenvolvimento da personalidade. Assim, é preocupante a conduta de alguns pais que obrigam seus filhos a fazerem diversas atividades paralelas para se tornarem mais competitivos no mercado de trabalho.

Crianças devem ter o direito de escolher e fazer atividades livres que mais gostam. Elas podem manifestar interesse por alguma atividade na qual desejem desenvolver seus talentos.

Pais precisam ficar atentos aos sinais dos filhos sobre preferências específicas. Em alguns casos será preciso esperar mais tempo até a criança crescer e ter maior aptidão para fazer certas atividades. Nem sempre começar muito cedo é vantajoso, pois a criança poderá desistir.

O investimento em cursos de idiomas estrangeiros, instrumentos musicais, esportes ou hobbies é recomendado desde que as crianças não fiquem sobrecarregadas ao extremo. Seu tempo de estudar, brincar e relacionar com familiares deve ser respeitado.

Evidentemente, o custo financeiro dessas atividades paralelas é significativo e precisa ser bem analisado antes de ser incluído no orçamento da família.

Caso contrário, além de comprometer o orçamento familiar, os pais estarão contribuindo para que seus filhos sejam adultos frustrados e problemáticos.

Recomendação final do GEDAF

Educar os filhos sobre o orçamento familiar, respeitar seu tempo de infância e promover lazer agradável com a família.


Fonte:

AZEVEDO, Rone Antônio. Dicas Financeiras GEDAF, publicado em 10/05/2020. GEDAF: 2020. Proibida reprodução sem citação completa do artigo.

Leia também:

Dicas Financeiras GEDAF #01 Troca de Celular

Pesquisa constata que 79% dos adultos não foram educados sobre finanças na infância

abril 29, 2020

Pesquisa constata que 79% das pessoas adultas entrevistadas não receberam educação financeira na infância, até 12 anos de idade.

A pesquisa foi contratada pelo C6 Bank e realizada pelo Ibope Inteligência. Os pesquisadores entrevistaram 2.000 pessoas das classes A, B e C, brasileiros maiores de 16 anos, com acesso à internet. A margem de erro dos resultados é 2% (dois porcento).

As classes sociais adotadas nesse tipo de pesquisa são baseadas na renda familiar em Salários Mínimos (SM), conforme os seguintes intervalos:

  • A (10 a 20 SM – R$ 10.450,00 a R$ 20.900,00);
  • B (4 a 10 SM – R$ 4.180,00 a R$ 10.450,00);
  • C (2 a 4 SM – R$ 2.090,00 a R$ 4.180,00).

Resultados e constatação da pesquisa Ibope/C6 Bank

  • 21% dos entrevistados receberam orientação sobre finanças na infância (até 12 anos);
  • 38% aprenderam noções de finanças na adolescência (dos 12 aos 17 anos);
  • 27% tiveram contato com o assunto na juventude (dos 12 aos 24 anos); e
  • 14% aprenderam finanças pessoais na fase adulta (acima dos 25 anos).

A pesquisa mostrou que a classe C, famílias com menor renda, adquire noções financeiras mais tardiamente – apenas 19% dos seus entrevistados conheceram esse assunto na infância. Nas classes B e A, essa proporção aumenta para 22% e 36%, respectivamente.

A prática de abordar o assunto sobre finanças entre adultos da mesma família também reflete as diferenças de renda familiar: 51% das pessoas na classe C conversam frequentemente sobre gastos com outros adultos em casa, enquanto essa proporção aumenta para 59% na classe B e 76% na classe A.

Contudo, a maioria dos entrevistados declarou que informa as crianças da família sobre assuntos financeiros.  Cerca de 77% dos entrevistados afirmaram que compartilham situações de dificuldade financeira com os filhos em casa, explicando-lhes os motivos para economizar.

Desafios da educação financeira no Brasil

Em 2017, o Ministério da Educação aprovou a introdução da educação financeira no currículo do Ensino Fundamental, tornando-se obrigatória nas escolas nacionais a partir de 2020. Essa temática sobre comportamento e práticas para o consumo deverá ser abordada nas disciplinas Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Matemática, Geografia e História.

No entanto, o país enfrenta problemas crônicos de preparação dos professores e adaptação das escolas ao novo contexto para levar adiante essa missão. O Brasil está posicionado em 68º lugar no ranking mundial de conhecimentos financeiros, considerando 148 países. O levantamento foi realizado em 2016 pelo Banco Mundial e o Centro Global para a Excelência do Alfabetismo Financeiro da Universidade George Washington, dos Estados Unidos.

A educação financeira requer a discussão sobre comportamentos e hábitos de consumo, transcendendo as noções básicas de matemática financeira disseminadas em muitos programas escolares, tais como taxas de juros e inflação de preços.

O GEDAF Finanças e Empreendedores continuará a contribuir e incentivar os educadores brasileiros nessa nobre missão.

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Fonte:

C6 Bank. Pesquisa Ibope/C6 Bank revela que apenas 21% dos brasileiros tiveram educação financeira na infância. Blog C6 Bank, publicado em 27 abr. 2020.

Tiradentes e o martírio atual dos brasileiros no tempo de pandemia

abril 21, 2020

Hoje, comemora-se o Dia de Tiradentes, em homenagem a Joaquim José da Silva Xavier, enforcado em 21 de abril de 1792 por liderar o movimento da Inconfidência Mineira.

A história e o legado da Inconfidência Mineira

No século XVIII, Portugal cobrava tributos dos proprietários de terras sobre o ouro e outros minerais extraídos na colônia brasileira. Esse imposto incidia sobre os minérios encontrados, sendo denominado por “quinto”, em função de sua alíquota de 20%.

Porém, o quinto não era pago integralmente. Isso levou a coroa portuguesa a implantar a “derrama”, novo imposto que tinha por objetivo compensar perdas com a arrecadação do quinto. Esses impostos deveriam ser pagos pelos proprietários de terras, chamados de “homens-bons”.

No entanto, os “homens-bons” geralmente adiavam e renegociavam o pagamento do quinto e da derrama, graças aos seus contatos com influentes políticos locais.

Vila Rica, atual Ouro Preto, era a capital das Minas Gerais na época colonial. Ela se transformou na maior cidade brasileira e o principal centro econômico da América sob domínio português. Contudo, a corrupção dos governantes da capitania das Minas Gerais e a insatisfação de parte da elite local diante da exploração portuguesa desencadeou a Inconfidência Mineira.

Esse movimento separatista pretendia tornar Minas Gerais um país independente de Portugal, com sistema republicano de governo. Os inconfidentes desenharam a nova bandeira para o Brasil,  composta por um triangulo vermelho em fundo branco com a inscrição em latim: Libertas Quae Sera Tamen (Liberdade ainda que Tardia).

Bandeira oficial de Minas Gerais, desde 1963: Liberdade ainda que Tardia

Bandeira oficial de Minas Gerais, desde 1963: Liberdade ainda que Tardia

Os idealizadores do movimento foram inspirados pelo iluminismo francês e a recente independência dos Estados Unidos da América, proclamada em 1776. Contudo, a conspiração foi descoberta e desfeita em 1789 devido à traição de Joaquim Silvério dos Reis. Ele denunciou os inconfidentes em troca do perdão das suas dívidas com a coroa portuguesa.

Entre os presos, estava o alferes Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes em função do seu ofício de dentista. Ele assumiu sozinho a chefia do movimento e foi condenado à forca, sendo executado em 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro. Tiradentes morreu aos 46 anos, era solteiro e deixou uma filha.

Tiradentes foi empreendedor e militar

Tiradentes (1746-1792) também foi empreendedor bem sucedido e fez carreira militar. Os pais de Tiradentes tiveram morte prematura e sua família perdeu as propriedades por dívidas. Órfão aos 11 anos de idade, ele foi acolhido por seu tio Sebastião Ferreira Leitão, cirurgião dentista.

Tiradentes aprendeu o ofício da mineração e tornou-se técnico prático em levantamento e exploração de terrenos.  Trabalhou muitos anos como mascate, construiu armazéns e abriu parte da estrada que ligava as cidades de Vila Rica e Rio de Janeiro. Foi sócio em botica de assistência à pobreza em Vila Rica e se dedicou também às práticas farmacêuticas.

Em 1775, aos 18 anos, alistou-se no posto de alferes, no Regimento de Dragões de Minas Gerais, equivalente à Polícia Montada dos dias atuais. Serviu nas forças de defesa contra possível invasão espanhola e, no ano de 1780, esteve em Sete Lagoas, em Minas Gerais, como comandante do destacamento local encarregado da guarda da entrada do Vale Médio do Rio São Francisco.

No Brasil, após a queda da monarquia, Tiradentes foi reconhecido como “mártir da Inconfidência Mineira”. A data da morte de Tiradentes foi decretada feriado nacional pelo governo brasileiro em 1965, recebendo também o título oficial de Patrono Cívico da Nação Brasileira.

O martírio dos brasileiros continua com os impostos e juros elevados

Os ideais de liberdade econômica e independência foram os principais legados da Inconfidência Mineira à jovem nação brasileira no século XVIII.

Nos séculos seguintes, o Brasil se tornaria um país com enorme desigualdade social, severas restrições à atividade econômica e pesada carga tributária.

O Brasil está entre os países com a carga tributária mais alta do mundo, dificultando a vida dos empreendedores com enorme burocracia e regras de tributação esdrúxulas, serviços públicos precários, além da concentração de renda que funciona como barreira à inclusão das camadas mais pobres ao mercado consumidor.

A carga tributária do Brasil atingiu o máximo histórico de 35,07% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018, o equivalente a R$ 2,39 trilhões. Em média, cada brasileiro recolheu R$ 11.380,00 em impostos e precisou trabalhar cerca de 128 dias exclusivamente para essa finalidade. O brasileiro trabalha cada vez mais para sustentar seu governo!

Trocou-se a exploração da dinastia real portuguesa por um Estado ineficiente e enorme sugador de recursos, incapaz de promover as transformações necessárias para o desenvolvimento econômico e social. Desde a época do barão de Mauá, os governantes brasileiros ainda não apoiaram o empreendedorismo como política social.

Segundo levantamento do governo federal em 2019, o “custo Brasil” consome das empresas aproximadamente R$ 1,5 trilhão, correspondendo a 22% do PIB nacional. Esse custo é resultado do conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que encarecem e comprometem novos investimentos e pioram o ambiente de negócios – clique aqui para saber mais.

Juros para empreendedores ainda são muito elevados

Outra questão muito preocupante no Brasil são os juros bancários abusivos que oneram as empresas e os cidadãos comuns em dificuldade financeira. Exemplo disso é a nova regulamentação do Banco Central sobre o cheque especial no Brasil, cuja taxa de juros dessa linha de crédito é 152% ao ano.

E, mesmo após a pandemia do coronavírus e paralisação da economia mundial, os juros no Brasil ainda continuam elevados, especialmente quando comparados aos indicadores básicos da economia: Selic igual a 3,75% ao ano; inflação oficial acumulada nos últimos 12 meses, medida pelo IPCA, 3,30% ao ano.

Em 20.04.2020, o governo federal anunciou o programa de crédito emergencial de amparo às pequenas e micro empresas brasileiras, através de parceria entre a Caixa Econômica Federal e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Denominado por Fundo de Aval para as Micro e Pequenas Empresas (FAMPE), oferece crédito aos empreendedores que não possuem todas as garantias necessárias para conseguir financiamento, limitadas ao teto de 80% da operação contratada – clique aqui para saber mais.

O FAMPE é destinado às empresas dos setores industrial, comércio e serviços, conforme o faturamento anual, enquadradas nos seguintes grupos: MEI – Microempreendedores individuais (até R$ 81 mil); ME – Microempresas (até R$ 360 mil); e EPP – Empresas de Pequeno Porte (R$ 360 mil a R$ 4,8 milhões).

O programa FAMPE estabeleceu os seguintes limites de valores e taxas de juros para concessão de crédito:

Características do FAMPE e simulação de juros equivalentes GEDAF

Fone: GEDAF Assessoria Financeira, 2020.

Nas simulações financeiras (mostradas na cor laranja no Quadro 2) para os valores e prazos máximos permitidos no programa, o GEDAF verificou que as taxas de juros cobradas são elevadas, mesmo considerando a carência financeira inicial entre 9 a 12 meses para iniciar o pagamento dos juros.

A partir da taxa de juros mensal do programa, foram calculadas as taxas de juro equivalentes, resultando em 15,25% e 20,84% ao ano. Considerando o prazo máximo de amortização permitido para cada porte de empresa, entre 24 a 36 meses, as taxas de juro equivalentes obtidas estão entre 46,02% a 53,09% por período.

Na condição de amortização pelo prazo máximo, cerca de metade do valor emprestado às empresas será pago ao banco a título de juros, acrescido da devolução do montante original liberado.

Evidentemente, essa solução financeira precisa ser muito bem refletida pelos empreendedores, pois a receita da empresa deverá ser suficiente para cobrir os custos diretos e indiretos, incluindo os juros cobrados. E, considerando as previsões de lenta recuperação do PIB do Brasil para os próximos anos, a situação do empreendedor poderá ficar bastante desconfortável.

Surpreende o valor das taxas cobradas neste momento tão difícil para os empreendedores, quando há países que oferecem taxas próximo de 0 (zero) ou até mesmo negativas. O governo federal tem instrumentos e poderes para ofertar linhas de crédito mais baratas através dos bancos públicos diretamente por ele controlados – Banco do Brasil, BNDES, e Caixa.

É essencial promover acesso ao crédito com taxas módicas e verdadeiramente acessíveis, caso contrário os empreendedores continuarão asfixiados.

Entre as frases memoráveis de Tiradentes, o editorial GEDAF escolheu uma delas para inspirar autoridades e agentes financeiros a baixarem ainda mais as taxas de juros:

“Se todos quisermos, poderemos fazer deste país uma grande nação. Vamos fazê-la.” 

Crédito: GEDAF Finanças e Empreendedores, publicado em 21/04/2020. Simulações realizadas pelo analista Rone Antônio de Azevedo. Reprodução permitida com citação do autor do artigo.

 

Referências

ASSOCIAÇÃO DOS OFICIAIS POLICIAIS E BOMBEIROS MILITARES DO ESTADO DO PARANÁ (ASSOFEPAR). 21 de abril: dia de Tiradentes, patrono da Polícia Militar. 2017. Disponível em: https://www.assofepar.org.br/21-de-abril-dia-de-tiradentes-patrono-da-policia-militar-168. Acesso em: 20 abr. 2020

BLOG AULA DE HISTÓRIA NA WEB. A Inconfidência Mineira. 2016. Disponível em: http://auladehistorianaweb.blogspot.com/2016/12/a-inconfidencia-mineira.html. Acesso em: 20 abr. 2020

POLÍCIA MILITAR DE MATO GROSSO. Patrono das Polícias Militares: Joaquim José da Silva Xavier. 2020. Disponível em: http://www.pm.mt.gov.br/patrono-da-policia. Acesso em: 20 abr. 2020

SILVA, Daniel Neves. Inconfidência Mineira. Brasil Escola, 2020. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/inconfidencia-mineira.htm. Acesso em: 20 abr. 2020

WIKIPEDIA. Tiradentes. 2020. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tiradentes. Acesso em: 20 abr. 2020

Dicas Financeiras GEDAF #01 Troca de Celular

abril 20, 2020

Você costuma trocar seu aparelho celular quando é lançada nova versão com mais recursos?

Agradecemos se puder responder nossa enquete sobre hábitos de consumo dos leitores do site GEDAF.

[socialpoll id=”2629019″]

Dicas Financeiras do GEDAF analisou o hábito de consumo da troca de aparelho celular com maior frequência.

O GEDAF fez simulações financeiras e concluiu que esse hábito pode custar muito dinheiro para o consumidor.

A análise financeira apresentada neste artigo é baseada em dados reais do programa assistido de finanças*, cliente designada pelo nome fictício Rose.

1 – Descrição do estudo de caso

Os três aparelhos celulares novos (A1, A2, A3) foram adquiridos em 2017, 2018 e início de 2020, sendo todos modelos da linha superior de grande marca no mercado.

Após anunciar, Rose conseguiu revender seus dois celulares mais antigos em 2019 (A1) e 2020 (A2), abatendo parcialmente os custos de aquisição.

As datas e valores de compra e revenda dos aparelhos são mostrados na coluna “Valor Corrente” do Quadro 1, abaixo.

Quadro 1 – Histórico de troca de aparelhos celulares

Comparativo hábitos de consumo troca de celular (GEDAF, 2020)

Comparativo hábitos de consumo (GEDAF, 2020)

Portanto, no período de três anos, Rose desembolsou o total de R$ 7.479,00 (valor negativo), em valores correntes ou brutos.

Abatido o atual aparelho celular de Rose (A3), haveria o prejuízo acumulado de R$ 3.379,00, saldo residual em 19/04/2020.

Isso demonstra que mesmo revendendo os aparelhos antigos, Rose teria que arcar com essa diferença acumulada nas sucessivas trocas.

2 – Investimento nos celulares com valor corrigido

Para apurar o saldo residual corrigido, o GEDAF realizou a simulação considerando a correção monetária pelo índice DI (Depósito Interbancário).

Esse índice é utilizado como referência de rentabilidade para fundos de renda fixa baseados no CDI, títulos negociados entre bancos.

Verificando a coluna”Valor Corrigido” no Quadro 1, Rose teria, efetivamente, desembolsado R$ 8.510,00 (negativo) mas sucessivas trocas.

Descontando, então, o valor desembolsado no atual aparelho celular (A3), Rose acumulou o prejuízo de R$ 4.421,66, devidamente atualizado pelo DI.

Assim, existe a diferença de R$ 1.042,66 entre os saldos residuais corrente e corrigido, representando perda financeira de 30,9%.


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3 – Simulação financeira com troca de celular a cada três anos

Para fins de comparação, foi realizada nova simulação considerando, dessa vez, a troca de aparelho somente após três anos de uso (A1 e A3).

Os resultados da simulação com aplicação de 98% do índice DI são mostrados no Quadro 2, abaixo:

Quadro 2 – Opção de troca de aparelhos celulares a cada três anos

Comparativo hábitos de consumo troca de celular (GEDAF, 2020)

Comparativo hábitos de consumo (GEDAF, 2020)

Descontando o atual aparelho celular (A3), Rose teria acumulado o prejuízo de R$ 2.563,70, corrigido pelo índice DI.

Assim, na segunda opção, há a diferença de R$ 763,70 entre os saldos residuais corrente e corrigido, perda financeira de 42,4%.

4 – Conclusão e Recomendações

O estudo de caso do GEDAF aplicado à situação real de troca anual de aparelhos celulares demonstrou que esse hábito gera prejuízo significativo.

Na opção de troca de celular a cada três anos, a perda financeira foi reduzida de R$ 4.421,66 para R$ 2.563,70, economia de 40%.

Os aparelhos avaliados neste estudo são da linha superior do mesmo fabricante, considerados os melhores da sua categoria quando foram lançados.

Mesmo quando o usuário revende seus aparelhos antigos, não consegue abater os custos de aquisição dos novos aparelhos.

Celulares, assim como os demais dispositivos eletrônicos, sofrem grande desvalorização após mais de um ano em utilização.

O estudo foi realizado com o índice DI, mas simulações com outros indicadores obtiveram resultados próximos na comparação entre opções.

A recomendação final desta dica financeira do GEDAF é:

Evitar a troca contínua de aparelhos celulares, verificando sempre se novos recursos tecnológicos são realmente necessários.


Fonte:

GEDAF Finanças e Empreendedores, publicado em 20/04/2020. Simulações realizadas pelo analista financeiro Rone Antônio de Azevedo. Proibida reprodução sem citação completa do artigo.

Febraban lança segunda edição do livro sobre redução dos juros

abril 12, 2020

A Federação Brasileira de Bancos – Febraban lança segunda edição do livro sobre redução dos juros.

Publicada em 2018, a primeira edição “Como Fazer os Juros Serem Mais Baixos no Brasil” foi ampliada para 240 páginas.

A publicação gerou diversas manifestações de economistas, políticos, jornalistas e leitores na mídia sobre diversas questões polêmicas.

  1. A competição no setor bancário é prejudicada pela concentração?
  2. Os lucros excessivos dos bancos explicam os juros altos?
  3. A verticalização tem impacto negativo na concorrência?
  4. As  falhas na análise de crédito provocam a inadimplência que pressiona as taxas?
  5. Há relação causal entre spread e inadimplência?
  6. Falta transparência às instituições financeiras?
  7. As propostas apresentadas pela Febraban para baixar os juros poupam os bancos?
  8. Por que a queda da Selic não tem sido repassada às taxas praticadas no mercado?
  9. As instituições investem em educação financeira?
  10. Os juros cobrados no cheque especial e no cartão de crédito são justificáveis?

As manifestações dos leitores motivaram o lançamento da segunda edição com novas informações e maneiras diferentes de explicar os assuntos sobre os juros praticados no Brasil.

Comentários e propostas da Febraban

A nova edição recebeu o capítulo adicional intitulado “Resumo do debate”, ao final do livro. Nele são comentadas em maior profundidade as questões levantadas pelos leitores. A partir desses questionamentos, a entidade representativa dos bancos propõe dez medidas para reduzir os juros no Brasil, cujos argumentos são complementados por indicação bibliográfica.

As medidas propostas pela Febraban incluem o aperfeiçoamento do Cadastro Positivo, permissão ao credor para executar dívidas mediante busca e apreensão extrajudicial de bens e veículos, reconhecimento da duplicada eletrônica, aprovação da nova lei de falências para viabilizar a recuperação de empresas viáveis, eliminar a tributação sobre o crédito (alíquota zerada para o IOF e PIS/Cofins das operações financeiras), regular a competição saudável com as fintechs, desincentivar o uso de dinheiro vivo.

Outra atualização, os dados macroeconômicos e setoriais na primeira edição refletiam a realidade até meados de 2018, agora se referem ao ano inteiro. A divulgação das estatísticas oficiais permite melhor compreensão do comportamento dos juros no período analisado.

Acesso e download do eBook

O livro digital (eBook) está disponível para baixar gratuitamente no site da Febraban, arquivo nos formatos PDF, Epub e Mobi.

Ficha Técnica

Título: Como fazer os juros serem mais baixos no Brasil – Uma proposta dos bancos ao governo, Congresso, Judiciário e à sociedade

Autor/Editor: Febraban

Local e Edição: São Paulo, 2019

Paginação: 240 páginas, ilustrado

ISBN: 978-85-85313-03-6

Fonte: Febraban, acesso em 10.04.2019.

Programa seleciona deputados jovens para formação em 2020

abril 9, 2020

Câmara dos Deputados abriu inscrições no programa de formação de deputados jovens em 2020.

Se você é estudante do ensino médio e tem entre 16 a 22 anos de idade poderá se inscrever na seleção da Câmara dos Deputados para a 17ª edição do Parlamento Jovem Brasileiro (PJB).

Iniciativa é considerada referência entre os parlamentos estaduais e municipais na prática pedagógica para educação política da população.

O programa simula a jornada parlamentar com estudantes do ensino médio de escolas públicas e particulares, ensino técnico integrado ao médio ou na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA). Os selecionados terão acesso a curso de formação a distância, no qual aprenderão sobre o processo legislativo e a atividade de relatoria de um projeto de lei.

Os estudantes selecionados serão convidados para a fase presencial em Brasília, de 21 a 25 de setembro de 2020, quando tomarão posse como jovens deputados. Durante uma semana, eles participarão de atividades na Câmara dos Deputados simulando a jornada parlamentar real.

Os estudantes selecionados terão suas despesas para participação no PJB custeadas pela Câmara dos Deputados, conforme detalhamento abaixo:

  • Transporte aéreo: as passagens aéreas serão pagas pela Câmara dos Deputados.
  • Traslado aeroporto/hotel/aeroporto em Brasília e durante o evento: os deslocamentos serão realizados por ônibus da Câmara ou por veículos de empresa contratada.
  • Acomodação no período do evento: será oferecida acomodação a todos os jovens participantes, geralmente em quarto triplo, em alojamentos feminino e masculino separados, com banheiro privativo, camas individuais, armários e frigobar.
  • Alimentação: durante toda a permanência em Brasília, será oferecida alimentação aos participantes até a partida para sua cidade.
  • Atendimento médico emergencial: os jovens participantes e os coordenadores estaduais do PJB terão a cobertura de seguro viagem para o atendimento de emergências médicas e
    odontológicas. Os casos mais simples poderão ser atendidos pelo Departamento Médico da Câmara dos Deputados.

Inscrições no programa

Para participar da 17ª edição do PJB, o(a) estudante deverá fazer sua inscrição até 29 de maio de 2020, por meio da ficha eletrônica disponível no site da Câmara – clique aqui para acessar.

O estudante interessado em inscrever-se no PJB deverá elaborar um projeto de lei ou outra proposição de sua autoria e enviá-lo junto dos seguintes documentos:

  • Projeto de Lei de sua autoria;
  • Cópia do documento de identidade;
  • Autorização assinada pelos pais ou responsáveis, se for menor de 18 anos, conforme modelo disponível no site do programa.

Na ficha de inscrição eletrônica disponível no site, o(a) estudante anexará os arquivos digitais desses documentos obrigatórios.

É permitida apenas uma inscrição por estudante. O projeto de lei deve ser individual, não poderá ser apresentado por grupos de alunos.

Cronograma PJB 2020*

  • Período de Inscrição para o PJB: 30 de março a 29 de maio
  • Encontro de coordenadores estaduais que acompanharão a jornada: 07 e 8 de maio
  • Período de pré-seleção na Secretaria Estadual de Educação: 01 a 19 de junho
  • Envio das informações sobre os pré-selecionados à Câmara dos Deputados: até 19 de junho
  • Divulgação da lista dos pré-selecionados no portal da Câmara dos Deputados: 30 de junho
  • Período de seleção final na Câmara dos Deputados: 01 a 17 de julho
  • Divulgação do resultado do processo seletivo: 03 de agosto
  • Cadastro na plataforma EaD e matrícula dos selecionados: 03 a 07 de agosto
  • Formação preparatória a distância para os jovens selecionados: 10 de agosto a 16 de setembro
  • Chegada a Brasília: 20 de setembro
  • Jornada parlamentar: 21 a 25 de setembro

(*) Cronograma sujeito à alterações, consultar o site oficial do programa.

Mais informações

Consulte o manual do PJB 2020 – clique aqui.

Página do PJB na internet: camara.leg.br/pjb

Disque-Câmara: 0800 619 619


Fonte: Congresso Nacional, acesso em 09.04.2020.

Crédito da imagem: Câmara dos Deputados, 2020.

IPCA é referência para controle da inflação no Brasil desde 1980

fevereiro 23, 2020

Desde 1980 o IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo é a referência oficial de cálculo da inflação no Brasil. Esse índice é determinado e divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

O IPCA está associado ao custo de vida para famílias de trabalhadores com renda até 40 salários mínimos. A importância do IPCA é devido a sua utilização para definição das metas de inflação a serem perseguidas pelo Banco Central na execução da política monetária.

Itens que compõem o IPCA

O IPCA leva em consideração o custo da cesta de produtos e serviços essenciais nas principais regiões metropolitanas do Brasil.

Dessa forma, o IBGE levanta o custo de diversos itens relativos aos seguintes grupos:

  • Alimentação e Bebidas
  • Habitação
  • Artigos de Residência
  • Vestuário
  • Transportes
  • Saúde e Cuidados Pessoais
  • Despesas Pessoais
  • Educação
  • Comunicação

O IBGE calcula o IPCA a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF 2017-2018, na qual avalia o peso de cada gasto dentro do orçamento das famílias brasileiras.

O primeiro índice IPCA divulgado referenciou preços da cesta de itens praticados no mercado em dezembro de 1979. Desde aquela época, a metodologia de coleta de preços passou por diversas modificações, com exclusão e inclusão de itens.

Para se ter ideia da complexidade do levantamento, o IBGE coleta preços de 390 mil itens em 30 mil estabelecimentos comerciais e de serviços. Assista ao vídeo abaixo (IBGE, 2020) para entender melhor a sistemática de levantamento e cálculo do IPCA.

Cidades que participam da coleta de dados

O IPCA leva em consideração o custo de produtos e serviços essenciais nas principais regiões metropolitanas do Brasil. Contudo, devido às diferenças da distribuição da população urbana e da renda familiar nas grandes metrópoles, o IBGE aplica ponderação aos preços coletados.

Atualmente, a participação ou peso no cálculo dos custos dos grupos de itens cada região metropolitana no cálculo do indicador é a seguinte:

  • São Paulo (24,24%)
  • Belo Horizonte (10,6%)
  • Rio de Janeiro (9,51%)
  • Salvador (8,75%)
  • Porto Alegre (7,38%)
  • Curitiba (7,29%)
  • Belém (6,44%)
  • Recife (5,88%)
  • Fortaleza (5,42%)
  • Goiânia (4,15%)
  • São Luís (3,11%)
  • Brasília (1,88%)
  • Vitória (1,83%)
  • Campo Grande (1,64%)
  • Aracaju (1,29%)
  • Rio Branco (0,59%)

Dessa forma, os preços gerais de produtos e serviços coletados em São Paulo impactam em aproximadamente 25% o cálculo do IPCA. Por exemplo, Brasília, a capital federal, influencia somente 1,88% os resultados obtidos para o cálculo mensal do IPCA.

Outros tipos de IPCA

O IBGE também elabora e divulga o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), cujas metodologias são essencialmente análogas ao IPCA.

O IPCA-15 está associado à prévia da inflação mensal. A única diferença em relação ao IPCA é o período de coleta, o qual se inicia a partir da metade do mês, do dia 16 ao dia 15 do mês seguinte.

O IPCA-E é divulgado ao final de cada trimestre, sendo formado por resultados acumulados do IPCA-15 de cada mês. Desse modo, o IPCA-E é o acumulado trimestral do IPCA-15. A apuração do IPCA-E iniciou em 1991 e seu objetivo é estabelecer o balanço trimestral da inflação.

INPC abrange famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INCC permite avaliar a variação do custo de vida para famílias cuja renda de 1 (um) a 5 (cinco) salários mínimos. O IPCA reflete o custo de vida para a população com mais baixo rendimento, considerando 50% das famílias cuja pessoa de referência é assalariada e pertencente às áreas urbanas.

Os grupos de itens utilizados para coleta de preços são as mesmas categorias ou grupos adotados pelo IPCA. O INPC abrange a coleta de preços em 13 regiões metropolitanas: Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba e Vitória, Brasília, Goiânia e Campo Grande.

O INCC é utilizado como referência para cálculo de reajustes salariais em acordos coletivos e não faz parte da meta de inflação da política monetária.

O IBGE é o órgão responsável pela elaboração e divulgação do INCC desde setembro de 1979, sendo anterior ao IPCA.

Assista ao vídeo abaixo (IBGE, 2015) no qual são explicadas as diferenças entre o IPCA e o INPC:

Considerações finais

Todos os países desenvolvidos possuem índices oficiais para avaliação e monitoramento da inflação, pois a variação acentuada dos preços compromete o poder de compra das famílias.

Surgidos na Europa a 100 anos, visando à concessão de reajustes salariais de trabalhadores, os índices de inflação são percebidos como indispensáveis à Economia moderna.

No Brasil, os índices IPCA e INPC permitem o monitoramento sistemático, respectivamente, da inflação e da variação do custo de vida para as famílias brasileiras com menor renda.

Desde 1980 esses indicadores são produzidos pelo IBGE, sendo estratégicos para o desenvolvimento de políticas de desenvolvimento econômico e social no Brasil.

As bases de dados do IPCA e INPC são fundamentais para o planejamento e decisões adequadas pelos órgãos econômicos dos governos brasileiros.

Abaixo, o gráfico comparativo mostra a paridade dos índices IPCA e INPC no período dezembro de 1995 a dezembro de 2019.

GEDAF - Gráfico comparativo IPCA e INPC (1995-2019)

GEDAF – Gráfico comparativo IPCA e INPC (1995-2019)

Os índices podem ser acessados diretamente no site do IBGE, na página Preços e Custos das estatísticas econômicas.


Fonte:

IBGE. IPCA 40 anos. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/lentes-doc.html/26571-40-anos-ipca-inpc.html>. Acesso em 23 fev. 2020.

Finlândia investe em educação financeira para combater endividamento

fevereiro 16, 2020

 

Finlândia investe em educação financeira para combater endividamento crescente da população. Filandeses endividados alcançam 7% no país.

Número de finlandeses endividados aumentou 30% entre 2000 e 2019, passando de 295 mil a 380 mil – ver gráfico abaixo.

Gráfico Endividamento Finlandeses (2000-2019)

Gráfico Endividamento Finlandeses (2000-2019)

Em 2019, o grupo de finlandeses que não conseguiram pagar suas contas representa 7% dos 5,5 milhões de habitantes da Finlândia. A dívida total das famílias finlandesas dobrou nas últimas duas décadas (2010-2019). Diante desse cenário, autoridades finlandesas preparam plano nacional de educação financeira para reduzir o endividamento da população.

A Finlândia está entre os países mais desenvolvidos do mundo, destacando-se por seu modelo bem sucedido de educação gratuita e universal, elevada renda per capita, políticas de igualdade social, longevidade. O país é referência em empreendedorismo, com empresas inovadoras de alta tecnologia – Nokia, Rovio (produtora do videogame Angry Birds), Sulake, Valtra, entre outras.

A Finlândia é considerada a nação com pessoas mais felizes do mundo, segundo o Relatório Anual da Felicidade das Nações Unidas, publicado em 2018.

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Mudança dos hábitos de consumo

As autoridades da Finlândia acreditam que essa situação de endividamento crescente da população é resultado da combinação da facilidade acesso ao crédito direto ao consumidor, associada a queda das taxas de juros e a substituição gradual do dinheiro por meios eletrônicos de pagamento.

As autoridades monetárias da Finlândia avaliam que a disposição de aceitar pagamentos digitais em substituição ao dinheiro desestimulou a disciplina nos hábitos de consumo da população.

Há vinte anos, o dinheiro era usado em 70% das transações de pagamento em estabelecimentos comerciais da Finlândia, com os cartões respondendo pelo restante. Agora, essas métricas mudaram: cartão, celular e outros meios de pagamento digitais são usados em mais de 80% das transações realizadas em 2018, conforme levantamento do Banco Central da Finlândia.

Os consumidores não têm mais as limitações do orçamento físico como costumavam fazer. Isso favoreceu o endividamento e dificultou o gerenciamento das finanças.

Estratégia nacional de combate ao endividamento

O governo da Finlândia investe em educação financeira a partir de ações coordenadas para impactar o sistema financeiro do país.

O Banco Central da Finlândia vai adotar medidas para reduzir o endividamento dos cidadãos. Inicialmente, a instituição vai compilar dados e analisar as melhores práticas de organizações que já trabalham com educação financeira.

O objetivo é ampliar o conhecimento e garantir que todos os grupos da sociedade recebam orientações adequadas. Por exemplo, há muitas pessoas mais velhas que precisam de ajuda para utilizar os serviços financeiros cada vez mais digitais.

Após a análise das informações, o Banco Central da Finlândia estabelecerá metas para alfabetização financeira e selecionará fornecedores terceirizados para coordenar a implementação do plano nacional a ser elaborado. A previsão das autoridades finlandesas é terminar o levantamento dos dados e apresentar o plano até o final de 2020.

Outras medidas

As regras finlandesas limitam os empréstimos à habitação a 85% do preço de compra da propriedade, e há outras restrições adicionais em análise por parte do Ministério das Finanças.

Até 2023, o governo pretende implementar seu modelo de Cadastro Positivo, com registros dos empréstimos de todos os consumidores finlandeses, visando auxiliar aos credores a avaliar se concedem novos empréstimos. As regras sobre concessão de crédito ao consumidor foram aperfeiçoadas no outono passado.

Fiel ao estilo, os finlandeses estão explorando soluções de alta tecnologia para educar os cidadãos sobre como usar seu dinheiro. Novas ferramentas baseadas em algoritmos de Inteligência Artificial ajudarão a prever o comportamento financeiro das pessoas e a fazer previsões de fluxo de caixa, além de aconselhar os consumidores sobre seus gastos.

As autoridades finlandesas estão preocupadas com o “custo humano da dívida” o qual, em casos extremos, poderá resultar no afastamento das pessoas do mercado de trabalho. Por um lado, os empregadores evitam contratar trabalhadores com histórico de crédito ruim. Por outro lado, pessoas com dívidas muito altas tendem a ter pouco estímulo em procurar trabalho.

No parlamento da Finlândia há amplo consenso de que é fundamental manter os consumidores bem informados sobre os perigos da dívida. A iniciativa das autoridades finlandesas também recebeu o apoio das empresas do setor financeiro.


Fontes:

Bloomberg. World’s Happiest People Seek Road to Financial Literacy (As pessoas mais felizes do mundo buscam o caminho da educação financeira), publicado por Kati Pohjanpalo, 9 fev. 2020.

Finlândia, Ministério das Relações Exteriores da. This is Finland (Esta é a Finlândia), 2020.